Equipes entraram nesta quinta-feira, 9, no quinto dia de buscas na tentativa de localizar o indigenista da Funai Bruno Pereira e o jornalista inglês Dom Phillips. O brasileiro trabalha junto a povos isolados sujeitos a ações de invasores, como madeireiros, traficantes e garimpeiros. No último domingo, eles tinham saído de barco, de uma comunidade ribeirinha em direção a Atalaia do Norte, no interior do Amazonas.
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Ontem, 8, a justiça determinou que o governo federal reforce, por terra, água e ar, o trabalho de buscas; e entende que há omissão da União no dever de fiscalizar as terras indígenas e proteger os povos isolados. O Ministério Público Federal e a Defensoria Pública da União estão autorizados pela justiça a pedirem ajuda diretamente a essas instituições. A pressão de entidades e órgãos internacionais continua.
Em uma audiência pública na Câmara dos Deputados, o ministro da Defesa, Paulo Sérgio de Oliveira, afirmou que o governo está empenhando nas buscas. Em Atalaia do Norte, a Polícia Militar prendeu, na noite de terça-feira, Amarildo da Costa Oliveira, de 41 anos, suspeito de envolvimento, mas ele nega.
Em uma entrevista coletiva, o secretário de Segurança Pública do Amazonas, Carlos Alberto Mansur, disse que ainda não há provas sobre o que aconteceu com Bruno e Dom. Seis pessoas já foram ouvidas no inquérito, cinco delas testemunhas. O Exército tem apoiado no trabalho de investigação da Polícia Federal e da Polícia Civil, segundo o Comando Militar da Amazônia.
Funai – O presidente da Funai, Marcelo Xavier, disse, na noite de ontem, 8, que o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips erraram ao não comunicar os órgãos de segurança sobre a viagem ao Vale do Javari, no Amazonas, e não pedir autorização à Funai para acessar o local. As declarações foram dadas ao programa jornalístico oficial Voz do Brasil, transmitido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
Exoneração – A Funai exonerou César Augusto Martinez do cargo de diretor de proteção ambiental. Ele era responsável pelos povos isolados e pela delimitação, monitoramento e fiscalização de terras indígenas. Segundo o órgão, a decisão partiu do próprio César Augusto em maio e não tem relação com o desaparecimento do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Phillips. Elisabete Ribeiro Alcântara Lopes, que vinha atuando na assessoria da presidência da Funai, foi nomeada para o cargo.
Da Redação