Comissão Arns repudia mortes por PMs e cobra governo Lula

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns, também conhecida como Comissão Arns, elaborou nesta quinta-feira (17) uma nota em que pede “reação contundente” das autoridades federais e estaduais contra as mortes de pessoas por forças policiais na Bahia, no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Intitulado “A Democracia Não Pode Conviver com Chacinas”, o documento diz que “em nenhuma hipótese se pode admitir que as operações descambem para verdadeiros surtos de vingança”.

O relatório é uma saia justa para Lula (PT): a PM da Bahia, estado governado pelo PT, é a que mais mata hoje no Brasil. Sob a administração de Rui Costa, os números quadruplicaram, passando de 354 para 1.464 por ano entre 2015 e 2022. Costa é hoje o ministro central do governo federal, ocupando a Casa Civil e despachando diariamente com o presidente.

Como mostrou a Folha de S.Paulo, o número de mortes pela polícia na Bahia cresceu de forma consistente e, neste ano, o estado superou o Rio de Janeiro e passou a ocupar o posto de polícia que mais mata no país.

Neste mês, uma megaoperação do governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos) deixou ao menos 18 mortos. Após denúncias de tortura e violação de direitos humanos, o Ministério Público abriu uma investigação para apurar se houve excesso por parte das forças de segurança.

“Um país que se orgulha de ter superado um longo período de solapamento dos pilares do Estado democrático de Direito, com auge nas depredações de 8 de janeiro, não pode subestimar os riscos que a espiral de violência das polícias representa na mesma direção”, diz o documento da Comissão Arns.

E segue: “Os números de mortos decorrentes das operações policiais registradas pela mídia são contraditórios, pouco confiáveis e mudam com novos relatos a cada dia. A resposta oficial, até agora, se resume a reiterar que se tratava de enfrentamentos com o crime organizado e que os agentes da segurança pública foram atacados por bandidos”.

A entidade faz um apelo especial aos ministros do governo Lula “para que acionem imediatamente todos os seus instrumentos e recursos para interromper essa escalada”.

MÔNICA BERGAMO / Folhapress

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