A exposição excessiva ao sol, à poluição e uma alimentação desequilibrada são fatores bastante prejudiciais à pele. Até aí, nenhum segredo, não é mesmo? Mas você sabia que existe uma “luz azul” que também pode afetar a saúde da pele, principalmente do rosto? E o pior, além do sol, essa luz é emitida por equipamentos que passaram a fazer parte, de forma intensa, da nossa rotina diária: os celulares, tablets e computadores.
“A radiação solar de interesse para a dermatologia é composta pelos raios Ultravioleta (os famosos UVA, UVB, UVC), pelo espectro de Luz Visível (que inclui a luz azul) e pelo Infravermelho. Além de encontrarmos a luz azul na radiação proveniente do Sol, ela também é emitida por telas de aparelhos tecnológicos, como computadores, tablets, celulares, TVs etc.”, revela o dermatologista Dr. Luann Lôbo.
Pesquisas sobre os efeitos da luz azul
Alguns estudos têm sido realizados para identificar de forma mais concreta como a luz de aparelhos celulares ou computadores pode comprometer a pele – em especial, em quadros de melasmas. Mas, por enquanto, ainda não há nada oficialmente comprovado.
“Um estudo recente publicado pela Academia Americana de Dermatologia sugere que exposições diárias de até 8 horas às telas de TVs, computadores e celulares não foram capazes de agravar o melasma. Mas ainda não podemos descartar a possibilidade de exposições cumulativas poderem, sim, cooperar para a piora do melasma (especialmente em peles de fototipos altos) e do envelhecimento cutâneo”, pontua o Dr. Luann Lôbo.
Quadros de melasma
De acordo com o especialista, a exposição excessiva à luz visível, especialmente àquela emitida pelo Sol, aumenta significativamente o estresse oxidativo da pele, o que pode intensificar o envelhecimento cutâneo e transtornos de pigmentação, como o melasma.
“É uma condição de pele muito comum. Trata-se do aumento da pigmentação (manchas amarronzadas), causada por fatores genéticos, hormonais e ambientais, como a exposição solar. O melasma tende a acometer mais comumente a face, mas também pode ocorrer em regiões extra-faciais”.
Utilize filtros solares
Apesar de ainda não ser totalmente comprovado os efeitos da luz visível na pele, é preciso sempre manter uma rotina de cuidados, o que inclui o uso do filtro solar, também, em ambientes fechados.
“Não podemos descartar completamente o prejuízo da luz de escritórios e telas sobre a pele. Por isso, costumo recomendar, (especialmente para pacientes com tendências aos transtornos de pigmentação), filtros solares que incluem a proteção contra a luz visível. São bem-vindos os componentes físicos como óxido de zinco e dióxido de titânio, presentes nos protetores. Filtros solares com pigmento (cor de base) são ótimos aliados nesses casos”, alerta o Dr. Luann Lôbo.
Para o médico, o ideal em rotinas urbanas é que o protetor (ou filtro solar) seja reaplicado a cada 3 horas, inclusive em ambientes internos de trabalho. “Um filtro solar em pó pode tornar essa rotina mais prática, já que a reaplicação é rápida, feita em qualquer lugar e sem sujar as mãos”, indica o dermatologista.
Cuidados extras
Além dos filtros solares, em alguns casos também é possível conseguir uma proteção maior da pele por meio de medicamentos via oral. “Quando desejamos uma proteção ainda maior contra o estresse oxidativo promovido pelas radiações do ambiente, além do filtro solar tópico, pode-se lançar mão dos antioxidantes orais. Polypodium leucotomos, Picnogenol e Luteína são alguns exemplos. Mas é importante consultar sempre seu dermatologista para uma prescrição adequada”, alerta o médico.
Para peles com melasma também é indicado o consumo de alimentos ricos em antioxidantes. Estão nesse grupo frutas, verduras, legumes e grãos. “O tratamento para o melasma inclui, ainda, uma rotina diária de cuidados. É essencial fazer limpeza, hidratação, uso de clareadores e, claro, a utilização adequada, e imprescindível, do filtro solar. Também é ideal uma rotina de procedimentos indicados e realizados pelo dermatologista. Alguns exemplos são tratamentos a laser, peelings e microagulhamento”, pontua o médico.
Por Amanda Galdino