SYDNEY, AUSTRÁLIA (UOL/FOLHAPRESS) – A Fifa vê a Copa do Mundo de 2023 como a maior e melhor da história. Além do aumento da competitividade e do sucesso do formato com 32 seleções, a entidade também analisa que o torneio na Austrália e Nova Zelândia representará uma mudança de investimento.
Este foi o primeiro ano com 32 seleções. Nas duas edições anteriores foram 24 e nas demais, 16. Para a entidade, o formato foi um sucesso.
A Fifa exaltou as campanhas das seleções estreantes e também das africanas, com três classificadas ao mata-mata.
A expectativa é que o sucesso aumente não só o investimento de marcas e das confederações em melhores campeonatos locais, mas também em acordos de TV. A entidade acredita que o Mundial será um ponto de virada em termos de investimentos nos países na modalidade.
A Fifa vendeu todas as cotas comerciais da Copa, que cresceram de 12 para 30 em quatro anos.
A entidade mira 2 bilhões de pessoas assistindo à final.
A semifinal do Mundial foi o programa mais assistido da história da TV australiana.
Dinheiro
A Fifa vai pagar a maior premiação da história do torneio, com US$ 110 milhões às federações, o equivalente a cerca de R$ 547 milhões.
Desse montante, US$ 61 milhões (R$ 303,5 milhões) serão divididos entre as equipes, enquanto US$ 49 milhões (R$ 243,8 milhões) ficarão com as jogadoras, uma premiação individual e inédita até então.
O valor é três vezes maior do que 2019 e dez vezes os números de 2015. Na Copa do Mundo do Qatar em 2022, a Fifa distribuiu US$ 440 milhões (aproximadamente R$ 2,2 bilhões), quatro vezes mais.
No discurso de abertura da Convenção de Futebol Feminino, Gianni Infantino, presidente da Fifa, afirmou que a entidade investiu US$ 1 bilhão (R$ 4,98 bilhões) em desenvolvimento da modalidade.
“Aumentamos as contribuições e premiações para US$ 152 milhões (R$ 756,49 milhões). Em duas edições desde 2015, multiplicamos por 10. O feminino e masculino tiveram as mesmas condições de serviço, a igualdade foi atingida em termos de centro de treinamento e estrutura”, disse.
Qualidade elevada
O Mundial mostrou uma queda na média de gols, passando para 2,58 por jogo, contra 2,77 em 2019 e 2,79 em 2015 (dentro dos 90 minutos de partida). Este fator foi visto como algo positivo pelo aumento na competitividade.
O desenvolvimento das goleiras também foi algo apontado durante toda competição, não só por especialistas, mas também pelas atletas. O Mundial 2023 apresentou um aumento de defesas por partida, 71,2% (contra 68% em 2019).
“Nós vimos jogos competitivos. As pessoas me perguntam qual foi o momento de grande inspiração e eu digo que foi o Marrocos. A narrativa desta Copa do Mundo é competitividade, equilíbrio, paridade. Nós vemos os gigantes caindo, nós vemos novas jogadoras vindo, os estreantes indo bem”, disse a bicampeã mundial Jill Ellis.
“O que eu espero é que voltem para o seu país e seja apenas o primeiro passo para o desenvolvimento e crescimento. Agora eles têm um gosto disso. Isso vai inspirar a paixão em seu país, com as pequenas jogadoras que querem se juntar e jogar. É aí que eu espero que isso continue a crescer. E nós veremos o próximo ano”, completou Ellis.
LUIZA SÁ / Folhapress