Em entrevista exclusiva à Novabrasil FM, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que “está cada vez mais claro e evidente” que Jair Bolsonaro foi “o mentor intelectual e espiritual” dos ataques de 8 de janeiro.
Padilha acrescentou que, no entender dele, as investigações também “chegam mais perto” no sentido de relacionar o ex-presidente a ações de “planejamento, organização e execução” dos ataques.
Questionado se uma eventual prisão de Bolsonaro não poderia fortalecar o ex-presidente politicamente, Padilha afirmou: “Essas coisas a gente não pode ficar pensando politicamente. Do ponto de vista do respeito ao Estado Democrático de Direito, qualquer pessoa que tenha participado dos ataques de 8 de janeiro tem que ser devidamente punida, independentemente de qual é o resultado político disso”.
Reforma ministerial
Padilha disse, ainda, que a reforma ministerial vai ficar para “final de agosto, início de setembro”, depois que Lula voltar da África.
O ministro quis deixar claro ao longo da entrevista que os deputados recentemente indicados para a Esplanada — André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) — “já votam” com o governo. “São nomes já indicados e muito bem acolhidos por nós (…) e têm muita representatividade nas bancadas. Estamos nas tratativas finais”, afirmou.
O ministro também voltou a comentar as críticas sobre a articulação política.
“A relação [com o Congresso] não vai ser a mesma que era naquela época [nos primeiros governos Lula], o Congresso mudou. Mas não vai ser a mesma que o antigo governo [governo Bolsonaro] exercia, que era de uma terceirização total, entregar tudo: execução orçamentária, execução de projetos… Então, nós estamos construindo um novo modelo e (…) você tem ruídos, dificuldades”, disse.