Padilha diz que eventual punição de Bolsonaro não pode ser avaliada politicamente

Diego Amorim
Diego Amorim
Diretor-executivo da Novabrasil FM na capital federal. Jornalista entre os 10 mais premiados da história de Brasília. Autor de ‘Filho de pandemia’.

Em entrevista exclusiva à Novabrasil FM, o ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, disse que “está cada vez mais claro e evidente” que Jair Bolsonaro foi “o mentor intelectual e espiritual” dos ataques de 8 de janeiro.

Padilha acrescentou que, no entender dele, as investigações também “chegam mais perto” no sentido de relacionar o ex-presidente a ações de “planejamento, organização e execução” dos ataques.

Questionado se uma eventual prisão de Bolsonaro não poderia fortalecar o ex-presidente politicamente, Padilha afirmou: “Essas coisas a gente não pode ficar pensando politicamente. Do ponto de vista do respeito ao Estado Democrático de Direito, qualquer pessoa que tenha participado dos ataques de 8 de janeiro tem que ser devidamente punida, independentemente de qual é o resultado político disso”.

Reforma ministerial

Padilha disse, ainda, que a reforma ministerial vai ficar para “final de agosto, início de setembro”, depois que Lula voltar da África.

O ministro quis deixar claro ao longo da entrevista que os deputados recentemente indicados para a Esplanada — André Fufuca (PP-MA) e Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) — “já votam” com o governo. “São nomes já indicados e muito bem acolhidos por nós (…) e têm muita representatividade nas bancadas. Estamos nas tratativas finais”, afirmou.

O ministro também voltou a comentar as críticas sobre a articulação política.

“A relação [com o Congresso] não vai ser a mesma que era naquela época [nos primeiros governos Lula], o Congresso mudou. Mas não vai ser a mesma que o antigo governo [governo Bolsonaro] exercia, que era de uma terceirização total, entregar tudo: execução orçamentária, execução de projetos… Então, nós estamos construindo um novo modelo e (…) você tem ruídos, dificuldades”, disse.

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