O programa de DST/Aids/Tuberculose/Hepatites Virais de Ribeirão Preto promove nesta quarta-feira (24), no Parque Dr. Luis Carlos Raya, testes rápidos para hepatite C e vacinação contra Hepatite B. A iniciativa aberta à população faz parte da Secretaria Municipal da Saúde e acontece das 8h às 11h. Destinado ao combate das hepatites virais, o “Julho Amarelo” também reserva outra ação do tipo, na próxima segunda (27), em frente ao Theatro Pedro II, das 9h às 14h.
Público
Neste ano, a campanha envolve intensificação da testagem para hepatite C, com foco nas pessoas maiores de 40 anos /ou população chave de qualquer idade (pessoas LGBT, pessoas em situação de rua, comunicantes sexuais e domiciliares de portadores de Hepatites B e C, profissionais da saúde, manicures, pedicures, podólogos, tatuadores, tatuados e/ou com piercings, usuários de álcool e outras drogas, profissionais do sexo), bem como aconselhamento para todos e, nos casos positivos o encaminhamento para realização de exames complementares e tratamento, se indicado.
“O grande desafio é o diagnóstico da doença. Por ser uma doença de longa evolução e que geralmente não apresenta sintomas, essas pessoas podem ter se contaminado no passado e não sabem que têm o vírus. Porém, a infecção pode evoluir para formas mais graves como a cirrose ou o câncer hepático. Por isso a recomendação de realização do teste para hepatite C pelo menos uma vez na vida, com o objetivo de diagnosticar e tratar o mais precocemente”, explica a coordenadora do programa, Lis Neves.
As Hepatites são doenças de grande importância na saúde pública brasileira, considerando-se o número de indivíduos atingidos e a possibilidade de complicações das formas agudas e crônicas.
Em Ribeirão Preto, entre 2010 e 2018, foram diagnosticados 1.135 novos casos de Hepatite C e 664 de Hepatite B, sendo que a grande maioria dos novos casos são pessoas com mais de 40 anos de idade.
As unidades de saúde da cidade também estão promovendo ações de incentivo à testagem e à vacinação, incluindo atividades extramuros (nos PICs, em salões de beleza, estúdios de tatuagem e outros locais da área de abrangência).
A doença
Estima-se que cerca de 71 milhões de pessoas estejam infectadas pelo vírus da hepatite C em todo o mundo e que cerca de 400 mil vão a óbito todo ano, devido a suas complicações, principalmente por cirrose e carcinoma hepatocelular. O Ministério da Saúde estima que no Brasil existam aproximadamente 700 mil pessoas com a doença e que necessitam de acompanhamento e tratamento.
Os mecanismos conhecidos para a transmissão
– Transfusão de sangue e uso de drogas injetáveis, ou seja, contato com sangue contaminado. As pessoas que receberam transfusão de sangue e/ou derivados, sobretudo para aqueles que utilizaram estes produtos antes do ano de 1993, época em que foram instituídos os testes de triagem obrigatórios para o vírus C nos bancos de sangue em nosso meio, são altamente suscetíveis;
– Acupuntura, piercings, tatuagem, manicures, barbearia, instrumentos cirúrgicos: qualquer procedimento que envolva sangue pode servir de mecanismo de transmissão desse vírus, quando os instrumentos utilizados não forem devidamente limpos e esterilizados.
– A prática do uso de droga inalada com compartilhamento de canudo também pode veicular sangue pela escarificação de mucosa.
– Relacionamento sexual: embora não seja um mecanismo tão frequente de transmissão, deve ser considerado, principalmente as pessoas que se relacionam com múltiplos parceiros ou que tenham outras IST com prática sexual desprotegida.
O plano pactuado em 2018 entre o Ministério da Saúde, Estados e municípios, alinhado com as metas da Organização Mundial de Saúde (OMS), pretende eliminar as hepatites virais no Brasil até 2030. A meta é ter 90% de redução na incidência das hepatites crônicas B e C e 65% redução da mortalidade associadas às hepatites B e C. Para atingir estas metas, é preciso mobilizar a população e divulgar ainda mais as informações sobre as doenças.