SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Ih, deve estar de TPM.” Que mulher nunca escutou essa frase? De fato, a oscilação de hormônios nos dias que antecedem a menstruação pode deixar algumas à flor da pele. Quem assume isso e confessa que mensalmente pode ser mais grossa que o comum é Maria Bopp. Não se assuste se fizer uma piadinha com ela e receber uma resposta atravessada.
“Eu fico realmente uma bomba relógio na TPM, muito reativa. Sofro com isso. A raiva, infelizmente, é uma língua que eu falo muito bem”, brinca a atriz em conversa com a reportagem. “Eu já sou uma pessoa brava, mas na TPM se intensifica. Todos os meus sentimentos caem nisso. Se eu estou triste, fico com raiva, se eu estou frustrada, fico com raiva.”
A atriz e humorista está no elenco de “TPM! Meu Amor”, que chega aos cinemas na quinta-feira (31). De maneira bem-humorada e reflexiva, a produção tenta mostrar como as alterações hormonais mexem com a enfermeira Monique (Paloma Bernardi). Maria interpreta Carol, prima da protagonista, que fica ao lado do marido após ele ser acusado de assédio a outras mulheres.
Para interpretar um papel que vai contra aquilo que acredita, Maria diz que buscou inspiração em si mesma e em situações já vividas. Afinal, quem nunca se meteu em uma enrascada amorosa? “Eu já. Já caí nessa ladainha de ‘eu vou transformar ele’, ‘comigo vai ser melhor’. Eu não posso dizer que já passei por relacionamentos abusivos, mas foram relações negativas. O que muitas vezes é uma carência interna que depositamos na outra pessoa”, avalia.
Já Paloma Bernardi conta que, na TPM, fica mais tristinha e reflexiva –com alguns momentos de tesão que a fazem querer subir pelas paredes. “É um conjunto de coisas que, quando eu paro para pensar, é a minha TPM. Eu estou chorosa, comendo muito… De repente, fico com muito desejo também!”
A roteirista do longa, Jacqueline Vargas, autora de trabalhos como a novela “Floribella” e “Rua Augusta”, dá graças a Deus por já estar na menopausa, mas afirma que o projeto foi inspirado em sua própria vida, quando sofria com variações de humor intensas. Um dia, ela desatou a falar algumas verdades inconvenientes para o chefe e deu no que deu: demissão.
“Isso depois foi inspirador para mim porque eu sempre fui uma pessoa muito pacífica, muito legal, muito fofinha. Já passei por situações em que existe um esforço meio velado de depreciar o meu trabalho, e justamente por eu ser mulher. A sensação que eu tive muitas vezes é de que se eu fosse de outro gênero seria mais valorizada”, afirma.
MARIA PAULA GIACOMELLI / Folhapress