Consequências violentas da polarização política no Brasil têm sido presenciadas antes mesmo do início da campanha eleitoral, marcada para o próximo mês, no dia 16. Um guarda municipal, que declarava apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi assassinado a tiros por um agente penitenciário apoiador do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL). Não foi o único caso.
Na quarta-feira, 6, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin, disse que o Brasil pode repetir, de forma mais grave, o episódio de invasão ao Capitólio ocorrido no ano passado, em Washington, Estados Unidos. Na ocasião, apoiadores do ex-presidente Donald Trump interromperam a contagem oficial de votos, o que confirmaria a vitória de Joe Biden, deixando cinco pessoas mortas. Em menos de um mês, quatro episódios de violência foram identificados Brasil afora.
Assassinato em Foz do Iguaçu
A Justiça do Paraná decretou a prisão preventiva do agente penal Jorge da Rocha Guaranho. No fim de semana, em Foz do Iguaçu, ele invadiu uma festa para assassinar a tiros o aniversariante, o tesoureiro do PT Marcelo Arruda. Guaranho se declara bolsonarista.
Momentos antes do crime, Guaranho havia interrompido a festa e ameaçado os presentes com uma arma na mão, na sede da Associação Esportiva Saúde Física Itaipu. Marcelo Arruda foi abordado no estacionamento, quando Guaranho sacou a arma e começou a disparar. Arruda tentou se defender com sua arma funcional e houve troca de tiros. Guaranho está no hospital em estado grave.
Ataque contra Juiz
O juiz Renato Borelli, da 15ª Vara Federal – responsável por mandar prender o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro- foi atacado na manhã de quinta-feira, 7, em Brasília. Seu veículo foi atingido nas laterais e no para-brisa dianteiro por terra, ovos e estrume.
Segundo informações da Justiça Federal, o juiz vinha recebendo centenas de ameaças após autorizar a Polícia Federal a prender o ex-ministro da Educação, Milton Ribeiro, além dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura e outros dois suspeitos de crimes como corrupção passiva, tráfico de influência, prevaricação e advocacia administrativa por terem instalado uma espécie de ‘gabinete paralelo’ no MEC.
Bomba em evento no Rio
Durante um ato em que o pré-candidato a presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participava na Cinelândia, Rio de Janeiro, na quinta-feira, 7, uma bomba caseira foi lançada contra o público. Quando a bomba foi jogada, por volta das 18h50, Lula não estava no palco, mas o evento já havia começado.
Andre Stefano Dimitriu Alves de Brito foi preso em flagrante pouco depois da explosão do artefato. Segundo testemunhas ouvidas pela Justiça, durante o evento Brito foi visto carregando “uma espécie de bomba de fabricação caseira, produzida com uma garrafa plástica e um pavio, que se encontrava aceso”. Outra testemunha também teria presenciado o fato e ambas relataram terem visto Brito arremessar o explosivo, com o pavio aceso, entre as pessoas que estavam no ato público.
Ataque por drone
Um líquido malcheiroso foi lançado com um drone sobre o público durante evento em Uberlândia, Minas Gerais, no dia 15 de junho. Na ocasião, Alexandre Kalil (PSD) lançou sua pré-candidatura ao governo do Estado de Minas Gerais e recebeu o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que ainda não havia chegado no local no momento em que o líquido foi lançado.
Três pessoas foram detidas pela polícia para dar explicações. Uma delas é o empresário Rodrigo Luiz Parreira, que já havia sido condenado por estelionato, em primeira instância, a dois anos e seis meses de prisão.
Da Redação