ARACAJU, SE (FOLHAPRESS) – Sem os direitos de transmissão do UFC (Ultimate Fighting Championship) desde o fim de 2022 (por decisão do empresário Dana White, dono da marca, de investir em um sistema próprio de pay-per-view), pode-se dizer que a Globo não tem sentido falta das lutas de MMA do evento americano.
Pelo contrário. O canal Combate, dedicado a lutas e artes marciais, conseguiu ampliar sua base de assinantes nos primeiros meses de 2023 e aumentou o faturamento para o grupo de comunicação.
A reportagem teve acesso a números do primeiro semestre. Entre janeiro e junho, a base de assinantes do Combate, já sem o UFC, ficou na casa dos 300 mil mensais. Em 2022, último ano do UFC no Combate, a Globo tinha cerca de 240 mil clientes, somando as assinaturas via operadoras de TV por assinatura e o serviço de streaming Globoplay.
O que pode explicar essa audiência é que, para reforçar o Combate, a Globo foi atrás dos eventos concorrentes do UFC internacionalmente: o One Championship, que estava na RedeTV!; e o Bellator, que tinha contrato com a ESPN até o fim de 2022. O Jungle Fight, maior evento de MMA do Brasil, foi readquirido e voltou a fazer parte da programação.
Mas a grande sacada parece ser a transmissão ao vivo de lutas envolvendos famosos. O canal passou a mostrar com exclusividade combates que envolvem influenciadores como Whindersson Nunes e o ex-campeão mundial de boxe Acelino Popó Freitas.
Essas lutas trazem muitos assinantes avulsos, que só pagam para ver um evento em específico, e sobem a média base de assinantes mensais.
O fator financeiro também contribuiu. A Globo reduziu o valor da mensalidade do Combate, que passou a custar cerca de 50% a menos em relação ao início de 2022. Se mantiver esta média de clientes, a Globo terá uma arrecadação de R$ 71,6 milhões em 2023 somente com a venda de pacotes.
Procurada pela reportagem, a Globo afirmou em nota que vai realizar mais investimentos no Combate e aumentar o portfólio para seus assinantes. Dá como exemplo de a criação da Faixa Combate, que será exibida nas madrugadas de sábado em TV aberta, logo após o Supercine.
GABRIEL VAQUER / Folhapress