RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Pressionado em meio à crise no Flamengo, o técnico Jorge Sampaoli e os jogadores se veem cada vez mais distantes, seja por divergências em relação a ideias de jogo, seja pela distância cada vez maior no relacionamento.
O grupo rubro-negro acha que as ideias ofensivas implantadas pelo treinador são positivas.
O desconforto maior se mostra no quesito defensivo, onde os jogadores não veem um bom conceito e entendem que o time é muito exposto.
Neste setor, jogadores e comissão técnica não têm falado a mesma língua e há ruídos na busca por evolução.
O Flamengo já sofreu 26 gols no campeonato e está à frente apenas dos últimos seis colocados.
Outro ponto que causa ruído na relação é a ausência de conversas individuais ou explicações do comandante argentino.
Sampaoli não tem o costume de explicar aos jogadores o motivo de, por exemplo, estar tirando ou colocando um jogador no time e isso gera incômodo.
Além das divergências no quesito tático, o ambiente no dia a dia é considerado péssimo. O argentino não interage com jogadores, funcionários e se isola com os membros da comissão técnica. Parte considerável dos atletas não têm proximidade alguma com o comandante e não haveria comoção alguma em caso de troca.
LANDIM SEGURA
Sampaoli tem sido alvo de insatisfação da torcida, e o trabalho é visto como sem futuro por dirigentes aliados do departamento de futebol.
O presidente Rodolfo Landim, por outro lado, isolou-se na decisão de manter o treinador.
A maior parte da diretoria de Landim fora do futebol também defende a demissão de Sampaoli. Dentro do Ninho do Urubu, Marcos Braz, vice de Futebol, e o diretor Bruno Spindel também já ensaiaram um processo para a troca, mas não vão contrariar o presidente.
Landim não vê sentido na mudança antes do final do ano, e ainda mais com uma final da Copa do Brasil batendo à porta. O clássico diante do Botafogo, no entanto, ganhou ares de decisão.
Ao final da temporada, a intenção da diretoria é reavaliar o desempenho do técnico, assim como o próprio elenco.
ALEXANDRE ARAÚJO E LEO BURLÁ / Folhapress