“Déficit zero não vai ser fácil, mas é factível”, diz Tebet

Diego Amorim
Diego Amorim
Diretor-executivo da Novabrasil FM na capital federal. Jornalista entre os 10 mais premiados da história de Brasília. Autor de ‘Filho de pandemia’.

Em entrevista exclusiva à Novabrasil FM, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, voltou a admitir que a meta de zerar o déficit fiscal, prevista no orçamento de 2024, é “audaciosa”.

“Não vai ser fácil cumpri-la, mas é factível”, disse.

Sobre esse assunto, a ministra afirmou ter sofrido pressão da oposição e da situação. “Mas não precisamos ter pressa”, completou, apostando no que chamou de “perfil mais liberal” do atual Congresso.

Juros

Simone Tebet também cobrou novas quedas da Selic, a taxa básica de juros da economia, nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. “Passou do tempo [de baixar mais os juros]. A diferença do veneno para o remédio está na dose”, disse ela, estimando (e torcendo por) reduções de 0,50 ponto percentual em cada reunião até o fim de 2023. Hoje, a Selic está em 13,25% ao ano.

Reformas

A ministra se disse, ainda, otimista com a conclusão da tramitação da reforma tributária no Congresso neste segundo semestre. Ela referiu-se à reforma como “salvação da lavoura” e fundamental para a retomada do crescimento do país.

Quanto à reforma administrativa, a ministra se mostrou mais cautelosa, prevendo avanço nessas discussões somente no início do ano que vem. “Temos que tomar cuidado para que uma reforma não atrapalhe a outra”.

Haddad-Simone

Simone Tebet voltou a deixar claro que há diferenças com Fernando Haddad, ministro da Fazenda, mas elogiou o colega e a equipe econômica do governo Lula. “Havia uma expectativa de que este poderia ser um governo gastador, perdulário, sem compromisso com o fiscal”, comentou ela, querendo chamar a atenção para o trabalho em conjunto de “duas pessoas com visões diferentes”. “O ministro Haddad é um pouco mais ligado à linha do Partido dos Trabalhadores, e eu tenho uma visão um pouco mais liberal da economia”.

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