Em entrevista exclusiva à Novabrasil FM, o senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente nacional do PP, anunciou que, em duas semanas, a executiva nacional do partido deverá se reunir para tomar decisões que podem prejudicar os planos do governo Lula de ampliar a base, sobretudo na Câmara, a partir da entrega de um ministério para o deputado André Fufuca (PP-MA).
Segundo Ciro Nogueira, a senadora Tereza Cristina (PP-MS) — ex-ministra de Jair Bolsonaro, assim como ele — está tocando um processo, com “discussão acalorada”, que resultará na definição de “cláusulas pétreas” internas, impedindo que parlamentares do PP votem, por exemplo, a favor de projetos que promovam “retrocesso na reforma trabalhista”, aumento de carga tributária ou temas como aprovação de aborto e legalização de drogas. “Nenhum deputado do partido vai poder votar [a favor desses temas]”.
O senador piauiense reforçou que “qualquer membro do partido que fizer parte deste governo será afastado sumariamente das decisões partidárias”. “Eu já anunciei isso e não volto atrás”, disse. “Eu dou a minha palavra, a garantia de que, enquanto eu for presidente do Progressistas, jamais faremos parte e apoiaremos um governo de um presidente em quem nós não acreditamos, um presidente com quem nós não temos sinergia e não estivemos com ele nas eleições”, completou.
Ciro acrescentou que, no entender dele, uma reforma ministerial em que se escolhem primeiro os ministros, para depois fazer a definição dos cargos, “não pode dar certo”.
O líder partidário também disse acreditar que Jair Bolsonaro “vai liderar o processo e escolher o candidato” do campo da direita para as eleições presidenciais de 2026. Para ele, será “muito difícil” o nome não ser algum destes quatro: Tarcísio de Freitas, Romeu Zema, Ratinho Júnior e Tereza Cristina.
Ciro prevê que, nas eleições municipais do ano que vem, o PT “não vai fazer nenhum prefeito de capital ou de grande cidade brasileira”.
O senador também comentou, aproveitando para criticar ainda mais o PT, o fato de o partido presidido por ele ter tido o maior número de investigados na Operação Lava Jato, anos atrás. Ele falou em “erros cometidos”.
“Infelizmente é um passado triste do nosso país, que acho que foram erros que foram cometidos. Não se trata de pedir desculpas, mas, sim, de reconhecer esses erros, e que a gente não volte a cometê-los. Para isso, temos que ter imprensa livre, que possa fiscalizar; mas, principalmente, gestores que não cometam esses mesmos erros, e que parece que o PT não aprendeu”.
Assista à íntegra da coluna Conexão Brasília que foi ao ar em 6 de setembro no Nova Manhã, para os ouvintes da Novabrasil FM em todo o país (a coluna vai ao ar às 7h, de segunda a sexta).