Imagine a seguinte cena. O morador do prédio abre a porta, entra e nota a presença de uma pessoa desconhecida atrás dele. Ele supõe que seja um novo morador do prédio ou um visitante de um morador e, por educação, deixa o portão aberto para que ele entre. O desconhecido pode passar despercebido pelo porteiro, que realiza, também, outras atividades no local.
Uma situação inicialmente corriqueira como esta pode acabar em um roubo ao condomínio. Mas muitos destes casos, a culpa da falha do procedimento recai sobre o porteiro, ainda que não seja dele. Por isso, é bom ficar de olho no ‘carona’.
Em outra situação, esse morador realiza um evento em um salão de festas. Idealmente, ele deveria passar os nomes e algum documento para que o porteiro confira e faça a liberação dos convidados, garantindo o acesso e a segurança de todas as pessoas do local.
Mas por falta de conhecimento e orientação, ele deixa todos à vontade e pede para a portaria liberar quem chega e mantém este hábito em diversas situações como entrega de alimentos, de água, farmácia, entre outras. Isso tudo, segundo o gerente operacional da Embraps, Alexandro Luciano Coelho, compromete a segurança do ambiente.
“O morador, quando entende que faz parte do processo de entrada segura em um prédio, tem a consciência de sempre colaborar com a portaria com informações completas e que facilitem o trabalho, faz muita diferença. Isso ajuda o porteiro a realizar os procedimentos que são constantemente reforçados em treinamentos e campanhas mensais”, explica.
O bom e mau uso dos recursos tecnológicos
Os prédios mais novos contam com uma fechadura com biometria ou reconhecimento facial, que identifica o morador e é um reforço na segurança. Porém, o mau uso da ferramenta também pode abrir uma ‘janela de insegurança’. A exemplo do morador, que abre a porta com sua biometria e, na sequência, deixa ela aberta ou pergunta a um estranho se ele vai entrar.
As garagens também são outro ponto de atenção. De acordo com o gerente operacional da Embraps, elas são um dos maiores riscos, pois muitos moradores entram com os veículos e em alguns casos não fecham os portões. Em outros, esquecem seus controles e pedem para o porteiro abrir o portão, desviando o foco de seu trabalho.
“Quando o recurso tecnológico é bem usado, é um ganho para a portaria porque nosso porteiro pode focar no mais importante que é a entrada do morador e qualquer outra pessoa que queira se aproveitar dessa janela de insegurança”, explica Coelho.
Mas a tecnologia é uma aliada não só no dia a dia, mas também na segurança. O gerente operacional aponta que o uso de câmeras boas, sensores, equipamentos no controle de acesso, entre outras ferramentas são pilares para a melhor segurança do condomínio.
De acordo com ele, a empresa já atua na conscientização de que o morador e a parte tecnológica de apoio fazem parte do processo de segurança do prédio, enfatizando que a garantia da segurança do condomínio é um trabalho conjunto dos funcionários do prédio e dos moradores.
“Temos palestras curtas e objetivas, adaptadas a cada realidade de cliente, desde o mais tecnológico ao que tem a estrutura mais simples de segurança”, explica.
De acordo com Coelho, essas ações levam ao morador a oportunidade de entender a segurança de sua moradia, quais são suas ferramentas e como usá-las na entrada e saída, com atenção a portões abertos e estranhos nos entornos.
“Nossa ação é muito positiva e nos clientes onde houve a oportunidade de interação com os moradores, já verificamos bons resultados na percepção de segurança na união entre morador, portaria e materiais de apoio”, afirma.
Campanhas de conscientização feitas pelo próprio condomínio aos moradores, seja por reportagens, pequenos comunicados, entre outros meios, são efetivos, afirma Coelho, além de ter custo zero.
“Quando o criminoso visa um local e percebe que há uma integração entre atuação humana, tecnologia e moradores cumprindo procedimentos, minimiza muito os riscos”, finaliza o gerente operacional.