SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), rebateu nesta quinta-feira (7) críticas por ter afirmado que não tem proximidade com Jair Bolsonaro (PL) assim como não tem com o presidente Lula (PT).
A declaração gerou reação de aliados de Bolsonaro em meio às negociações de apoio para a eleição de 2024.
Nunes disse que está sempre com Bolsonaro e que tem uma relação com ele, mas que não tem uma proximidade do dia a dia. “Temos um diálogo para poder estarmos juntos na eleição”, afirmou durante entrevista coletiva após o desfile do 7 de Setembro no Sambódromo do Anhembi, em São Paulo.
Para o prefeito, a fala não põe em xeque uma aliança para 2024 e só gerou críticas daqueles que chamou de futriqueiros. “Não tem nenhum problema em relação a isso a não ser para alguns futriqueiros”, afirmou.
“Chamei ele [Bolsonaro] para almoçar outro dia na prefeitura. A gente tem conversado algumas vezes. Evidentemente não tenho nenhuma intimidade, proximidade como, por exemplo, eu tenho com Tarcísio, que eu tô no dia a dia aqui, e como tenho com outras pessoas. Mas estou aguardando ter essa proximidade, que ele possa no tempo dele, e se desejar, anunciar apoio a mim para que a gente possa ter a união do centro e da direita para vencer a extrema-esquerda.”
Questionado se a declaração gerou algum desconforto com Tarcísio de Freitas (Republicanos), que é aliado de Bolsonaro, Nunes disse que é amigo pessoal do governador e que os dois programam ir juntos ao The Town, festival de música que ocorre em São Paulo.
O prefeito também disse que não tem medo de a associação com Bolsonaro retirar votos. A declaração fez referência a dados recente de pesquisa Datafolha, segundo a qual 68% dos eleitores de São Paulo não votariam em candidatos apoiados pelo ex-presidente.
Bolsonaro não foi ao desfile, mas Nunes disse que, se tivesse ido, seria bem-vindo.
Após a fala de Nunes dizendo não ter proximidade com Bolsonaro, Fábio Wajngarten, advogado e assessor do ex-presidente, afirmou: “Ninguém, repito, ninguém se apropriará de votos bolsonaristas e deixará Bolsonaro distante. A era dos gafanhotos acabou. Fica a dica”.
Wajngarten era cotado para formar chapa com Nunes para as próximas eleições municipais. Assim como ele, aliados do ex-presidente criticaram o que chamam de estratégia para receber apoio de Bolsonaro sem se comprometer com o político.
ANA GABRIELA OLIVEIRA LIMA / Folhapress