SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O deputado federal Rogério Correia (PT-MG) protocolou nesta segunda-feira (11) na CPMI dos ataques de 8 de janeiro um pedido de convocação do hacker Walter Delgatti Neto e de Carla Zambelli (PL-SP) para uma acareação entre os dois.
Pedido foi feito para confrontar as versões sobre contrato de prestação de serviço entre os dois e reunião com Bolsonaro. A acareação é um instrumento de investigação que permite a descoberta da verdade por meio do confronto de declarações contraditórias de duas pessoas sobre um mesmo fato, com ambos colocados frente a frente.
Requerimento precisa ser aprovado para que Delgatti e Zambelli compareçam no mesmo dia. O hacker já prestou depoimento à CPMI e à PF em agosto, enquanto a deputada foi convocada pela corporação, mas teve a audiência adiada, e se pronunciou várias vezes à imprensa sobre os fatos investigados.
DELGATTI DISSE QUE ZAMBELLI PEDIU MANDADO DE PRISÃO CONTRA MORAES
O hacker afirma que ele foi o autor da invasão ao CNJ e do falso mandado de prisão contra Alexandre de Moraes a pedido de Carla Zambelli. A invasão seria uma espécie de prêmio de consolação para a deputada, que queria, na versão de Delgatti, que ele hackeasse as urnas eletrônicas e as contas do ministro.
Zambelli nega essa acusação e diz que ela não fez nenhum pedido a Delgatti. Em entrevista ao UOL News à época, o advogado Daniel Bialski classificou a acusação como “infantil” e disse que a palavra do hacker “não tem valor”.
Segundo o advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, o hacker teria recebido R$ 40 mil de Carla Zambelli (PL-SP) em pagamentos pelos serviços de hacker. A parlamentar teria feito depósitos que chegam a R$ 14 mil e o restante do valor foi feito em espécie.
A defesa da deputada diz que “refuta e rechaça qualquer acusação de prática de condutas ilícitas e ou imorais pela parlamentar, inclusive, negando as aleivosias e teratologias mencionadas pelo senhor Walter Delgatti.”
CAÍQUE ALENCAR / Folhapress