SÃO PAULO, SP, RIO DE JANEIRO, RJ, E LIMA, PERU (UOL/FOLHAPRESS) – O zagueiro Marquinhos falou sobre as diferentes maneiras de ser campeão durante entrevista coletiva na tarde desta segunda-feira (11), em Lima (Peru), onde a seleção brasileira enfrentar o Peru nesta terça-feira (12), pela segunda rodada das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.
O defensor apontou que não existe uma fórmula exata para ser campeão, lembrou a eliminação “no detalhe” na Copa do Qatar e disse que mesmo jogadores que não se gostam podem acabar campeões se lutarem pelo mesmo objetivo.
Não existe fórmula. “Vemos filosofias diferentes campeãs, times que se dão bem dentro de campo e são campeões, times que não se gostam, nem se olham, mas dentro de campo lutam pelo mesmo objetivo. Temos um ambiente maravilhoso, treinamos e lutamos demais, fizemos de tudo, e em detalhes acabamos perdendo uma Copa do Mundo”.
Neymar no Dinizismo. “A vinda do Diniz ajudou muito, ele se sente à vontade e conversou muito. Passa muita confiança, para mim também, individualmente falando. Transmite muita confiança, exige muito, mas dá muito respaldo. Quando estamos em campo vemos todos se sentindo bem para exercer o que ele pede. Com respaldo do Diniz, vai se sair muito bem. Vemos ele muito bem para fazer o que gosta. Com o time entendendo, o Diniz sabendo usá-lo. O Neymar pode ajudar muito a seleção”.
Novo líder da zaga. ” Um prazer enorme estar com todos aqueles nomes na zaga: Thiago, Miranda, David Luiz, Sergio Ramos… Aprendi muito, cresci muito com cada um. Hoje tento ser o que eles foram para mim. Passo tranquilidade e confiança aos companheiros, converso e ajudo dentro e fora de campo. É tranquilo, sem forçar nada, sem exagerar. Se esses zagueiros chegaram aqui, é pela qualidade deles. Não sou quem fará algo extraordinário para eles”.
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Veja outras respostas de Marquinhos na entrevista coletiva.
DINIZISMO
“O Diniz vem implementando seu estilo de jogo, sabe que o time tem sementinha do trabalho do Tite e vem regando tudo isso. Vai implementando sua filosofia em poucos jogos e já assimilamos um pouco do que ele enxerga e quer. Ele falou desde o primeiro dia sobre não estarmos expostos. Hoje entendo que é uma filosofia prazerosa de jogar, mas ocupamos os espaços e sabemos estar protegidos. Vamos evoluir muito, sofremos um gol por conta disso, mas foi descuido nosso. Foi mais isso que a filosofia. Analisamos bem, analisamos situações e estivemos muito bem protegidos em muitas delas, anulando os ataques da Bolívia. É uma filosofia ambiciosa, mas não tem descuido, não. É mais uma imagem que se passa. A gente se sente muito bem”
RICHARLISON
“A gente já viveu muitos momentos aqui dentro, eu já vi altos e baixos de muitos jogadores. O futebol é muito rápido para bem e para mal. A gente transmite isso a ele, ele senta do nosso lado e conversamos muito. Já vemos ele mais leve e tranquilo em relação ao fim do jogo. Fazer gol é importante para o atacante, mas ele desempenhou seu papel com movimentação, pressão, posicionamento. Faltou o gol para coroar a ótima atuação em Belém, mas com esse estilo de jogo e filosofia do Diniz, muitas oportunidades virão. Tivemos muita posse e chances criadas em Belém. Passamos tranquilidade e que o gol vai sair, não pode estar desesperado para fazer o gol. Precisa estar tranquilo para marcar, e nós conversamos muito. Queremos ver todos bem. Não podemos estar todos felizes e um companheiro insatisfeito, que não está feliz. Estamos buscando a todos por esse ambiente. Eliminatórias, Copa. É meu terceiro ciclo e sei da importância de todos estarem bem. Nunca sabemos quem vai decidir, ajudar. Não vamos deixar um companheiro para trás, nunca”.
GUERRERO
“Guerrero é um atacante que conheço muito bem desde o Corinthians, fiz alguns treinamentos e jogos com ele. Tem muita qualidade, independentemente da idade. Vemos grandes jogadores com idade e jogando com muita qualidade e experiência. Podem até melhorar com a idade. Cautela é sempre a mesma, há rivalidade com o Brasil nos últimos anos e é difícil jogar aqui. Pensar não no Guerrero, mas no time muito qualificado do Peru. Focar no nosso trabalho, mas pensar também na seleção adversária”.
ASSÉDIO EM LIMA
“Minha terceira Eliminatórias, sabemos como é importante. Todos os países da América do Sul têm muita gente pelo Brasil, mas muita pressão contra geralmente. Aqui recebemos muitos brasileiros na porta do hotel. É fruto da história do Brasil, de grandes jogadores, estrelas, títulos conquistados. Tentamos reconquistar respeito, respaldo no continente e também mundialmente. Fazendo o trabalho bem feito, levaremos mais pessoas junto com a gente. É o nosso foco. Quando vamos para algum jogo fora de casa, não sabemos o que encontrar. E o que encontramos aqui foi positivo, vamos ver como será amanhã. Creio que será muito diferente. Temos que estar preparados para tudo: apoio e pressão negativa”.
IMPROVISAÇÃO E OUTRA POSIÇÃO COM DINIZ
“O Diniz tem uma filosofia estabelecida de mobilidade. Em campo todos sabem disso. Consigo enxergar as ideias, o que põe em prática. Vai ver zagueiro de lateral em campo, um lateral que vai flutuar entrelinhas como meia. Mas nunca estaremos desprotegidos. Sempre com muita mobilidade, chamando a atenção dos adversários para o que a gente quer e traz outro objetivo nosso. Não testou outra posição, mas existe mobilidade dentro do jogo. Vamos nos acostumar com toda essa movimentação. É prazeroso, interessante, todos sabem a importância de cada posição. Vemos meia, volante, com mesma concentração do defensor em momentos do jogo. Conscientização tática que exige concentração de todos para o crescimento coletivo”.
CONFRONTOS COM PERU
“Brasil x Peru vem tendo rivalidade grande nos últimos anos, com Copa América e Eliminatórias, sempre disputado e difícil. Algumas vezes o resultado não diz a real ideia do jogo, porque sabemos como foi difícil. O Peru vem crescendo cada vez mais, com uma geração de jogadores que sempre causaram dificuldade. O Guerrero faz parte dessa geração, vem sempre… Eu conheço desde o Corinthians e sei da grandeza, agora com mais experiência e creio que um jogador melhor. O sucesso do Peru passa pelo grande jogador que Paolo Guerrero é”.
EDER TRASKINI, IGOR SIQUEIRA E LUCAS MUSETTI PERAZOLLI / Folhapress