Bienal de São Paulo restringe acesso à obra de arte após criança quebrar o braço

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Uma criança de dez anos quebrou o braço na Bienal de São Paulo após cair em uma instalação interativa do artista plástico ganense Ibrahim Mahama, um dos nomes mais celebrados desta edição da mostra de artes.

O acidente aconteceu na sexta-feira, dia 8, quando o menino caminhava sobre a obra, um trilho de trem localizado na entrada do pavilhão onde o evento acontece, no parque do Ibirapuera, em São Paulo. Depois do acidente, a Bienal decidiu restringir o acesso do público à estrutura.

Em nota, a Bienal diz ter um time de orientadores treinados e distribuídos pelo espaço para a instrução do público, além de extensa sinalização.

“Lamentavelmente houve uma intercorrência, embora houvesse fiscalização por orientador de público e grande audiência naquele espaço. Após o ocorrido, optou-se por restringir o acesso do público aos trilhos por medida de precaução.”

A peça é recuperada da empresa ferroviária de Gana, da época em que o país era uma colônia britânica, do final do século 19 até a metade do século 20.

A obra é herança de um tempo em que mercadorias e pessoas escravizadas eram transportadas de trem na região sul do país. Mahama resgata estruturas coloniais para refletir sobre o passado e dar a elas novos significados.

A editora de livros Ana Maria Fiorini, mãe da criança, conta que o filho e um amigo caminhavam no trilho enquanto esperava o começo de uma palestra da artista Grada Kilomba.

“De repente, durante a roda de conversa, ouço um grito muito alto, mas achei que era uma outra criança, e não meu filho. Aí o amigo dele chegou desesperado, chorando muito e disse que ele tinha quebrado a mão feio”, disse Fiorini.

A editora diz que foi ao encontro da criança, que estava deitada sobre os trilhos, chorando e com a mão fraturada. O menino recebeu os primeiros socorros no pavilhão e foi encaminhado para um hospital, que constatou a quebra de dois ossos localizados no braço.

“Não quero piscina de bolinha, nada disso, mas acho que precisaria ter uma pessoa fiscalizando essa obra”, diz ela Fiorini. “Foi uma situação intensa e emocionalmente desgastante. E ele teve sorte apesar de tudo. Não bateu a cabeça no trilho. Uma pancada poderia até ser fatal.”

MATHEUS ROCHA / Folhapress

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