CURITIBA, PR (FOLHAPRESS) – Uma equipe da Guarda Municipal (GM) de São José dos Pinhais (PR), cidade da região metropolitana de Curitiba, prendeu nesta segunda-feira (11) um homem de 54 anos suspeito de cometer estelionatos desde 2005 em Mato Grosso do Sul.
Teodoro Cassiano Cardoso estava se relacionando com uma mulher aposentada na cidade paranaense, de acordo com informações da GM. Uma amiga da mulher desconfiou de Cardoso, que começava a ter certo controle sobre a vida financeira da aposentada, e decidiu acionar a Guarda Municipal. Os guardas, então, constataram que o homem era foragido da Justiça em MS.
O suspeito se apresentou à Guarda como pecuarista. De acordo com os agentes, o modus operandi do homem consistia em ganhar a confiança das mulheres com quem se relacionava, a fim de negociar a venda de carros e imóveis delas. Depois, pegava o dinheiro e fugia. As informações constam em investigações da Polícia Civil de MS, segundo a GM.
A reportagem não conseguiu localizar a defesa do suspeito. Um advogado que consta em um processo em trâmite na Justiça de MS disse à reportagem que não tem mais contato com Cardoso.
Detido pela Guarda, o homem foi levado para a delegacia de São José dos Pinhais, e na sequência para uma penitenciária estadual. A Polícia Civil do Paraná disse à reportagem que o suspeito ainda será transferido para Mato Grosso do Sul.
De acordo com a Polícia Civil de MS, o nome de Cardoso consta em mais de 20 boletins de ocorrência registrados no estado, a maioria por suspeita de estelionato.
Já o TJ-MS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) afirma ter encontrado ao menos oito processos nos quais Cardoso é réu, desde 2013. Em todas as ações ele é acusado de estelionato, supostamente cometidos desde 2005.
Em seis casos já houve condenação. De acordo com o Ministério Público de MS, Cardoso é considerado foragido em quatro processos nos quais já foi condenado e deveria estar cumprindo a pena –quanto às outras duas condenações, ele ainda pode recorrer em liberdade.
Cardoso chegou a ser preso no final de 2018. Em março de 2019, conseguiu progressão de pena para o regime aberto, com uso de tornozeleira eletrônica, mas escapou do sistema prisional naquele mesmo ano, segundo o TJ-MS.
PROCESSOS NA JUSTIÇA
Em um dos casos nos quais foi condenado, de 2009, Cardoso foi acusado de fingir interesse em comprar um imóvel para pegar cópia da escritura pública e falsificá-la. O objetivo era simular ser o proprietário para tentar vendê-lo.
Em outro caso, de 2010, foi condenado após comprar uma fazenda no valor de R$ 1,7 milhão com cheque falsificado. Também foi condenado por colocar à venda dez imóveis que já haviam sido vendidos havia cerca de um mês para a Prefeitura de Campo Grande.
Em 2015, Cardoso teria simulado ser representante de uma pessoa interessada em um imóvel em Campo Grande, comprado por ele com cheques sem fundo. Neste processo ele foi condenado a 2 anos e 2 meses de reclusão e pagamento de R$ 500 mil de indenização às vítimas.
Em um dos processos ainda sem desfecho, de 2013, o homem é acusado de ficar com o dinheiro da venda de um carro que não era dele. Ele teria induzido sua então companheira a vender um imóvel e receber um veículo como parte do pagamento e, após a conclusão do negócio, fugiu com o carro para vendê-lo. Ao vender o veículo ele também teria fraudado a assinatura da ex-companheira.
CATARINA SCORTECCI / Folhapress