Após polêmica com WSL, Filipinho conta se temeu ser prejudicado nas finais

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Filipe Toledo se sagrou bicampeão mundial de surfe no último fim de semana depois de uma temporada marcada por domínio do paulista e polêmica envolvendo surfistas brasileiros e juízes da WSL (Liga Mundial de Surfe).

Em entrevista ao UOL após o título, Filipinho falou que não temeu ser prejudicado na avaliação das notas no WSL Finals, onde ele conquistou o bi na decisão contra o australiano Ethan Ewing.

O que Filipe Toledo falou:

Não temeu ser prejudicado. “Não fiquei pensando nisso. Eu estava bastante focado em fazer a minha parte, mostrar meu surfe e vencer por merecimento. Nós brasileiros sempre prezamos por um julgamento igualitário. Não queremos ser favorecidos, apenas que os critérios de julgamento sejam seguidos. Nós sabemos que nem sempre isso acontece.”

Julgamento igual para todos. “No fim das contas, acredito que não houve favorecimento. O Ethan chegou à final por méritos, estava surfando muito bem, e venceu todas as baterias [no Finals] de forma justa.”

A polêmica com a WSL

Em maio, Gabriel Medina disparou contra a “falta de clareza e inconsistência” nas notas após a sua eliminação nas quartas de final do Surf Ranch Pro. Ele empatou em pontos com Ethan Ewing, mas o adversário avançou por ter tirado a nota mais alta da bateria (9,07 contra 8,67).

Filipe Toledo e Italo Ferreira fizeram coro às críticas de Medina sobre os critérios da WSL. Os dois campeões mundiais se juntaram à pressão por mais transparência e por mudanças na avaliação das provas da entidade.

A comunidade brasileira do surfe manifestou indignação nas redes sociais. Fãs, celebridades e internautas se revoltaram com as notas mais baixas dos brasileiros, mesmo considerando que foram “mais complexas” do que as dos adversários.

Erik Logan, então CEO da WSL, elevou o tom diante das críticas de surfistas brasileiros e negou que o julgamento seja injusto. O norte-americano ainda disparou que é “inadmissível” que qualquer surfista questione a integridade dos juízes. Logan deixou o cargo um mês depois.

O que mais Filipinho falou ao UOL

O que fez para manter o foco depois do título no ano passado. “Eu acho que um dos maiores desafios para essa temporada foi justamente esse, treinar a minha mente para não relaxar e se conformar com o primeiro título mundial, ainda mais em um ano tão importante. Era uma temporada fundamental para mim, que valia não só o bicampeonato consecutivo, que era algo inédito entre os brasileiros, mas também uma vaga para os Jogos Olímpicos. Acredito que encontrei a minha fórmula própria para alcançar os melhores resultados. Agora, estou aproveitando todos os processos da melhor forma possível e me divertindo com a minha profissão.”

A pressão era diferente por ser favorito ao título no WSL Finals. “A pressão é realmente diferente. Neste ano, durante as finais, eu fiquei ainda mais nervoso do que no ano passado. Em 2022, ficava aquela incógnita se eu realmente iria conseguir quebrar essa sequência de chegar tão perto do título, mas não conseguir de fato. Agora, o clima era diferente. Eu estava bastante ansioso, com uma certa desconfiança se eu realmente conseguiria o back-to-back, porque era algo que nenhum brasileiro havia conseguido. Depois que entrei na água, as coisas foram se acalmando, e eu consegui soltar meu surfe.”

GUSTAVO SETTI / Folhapress

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