SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Dorival Jr. freou a empolgação no São Paulo após a vitória por 1 a 0 contra o Flamengo, no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, no Maracanã. O treinador afirmou que o Tricolor não pode “baixar a guarda” e precisa correr dobrado na partida de volta para sair campeão do Morumbi.
O que ele disse?
‘Correr muito mais no Morumbi’: “É apenas a primeira etapa de um jogo de 180 minutos. Não podemos esquecer a qualificação desse grupo, que conheço muito bem. Sei que precisamos fazer muito mais se quisermos fazer um resultado dentro do Morumbi. O campeonato não está definido. Temos que ter muitos cuidados e correr muito mais do que corremos hoje se quisermos realmente lutar por esta competição, que seria muito importante para o clube. Nossa preparação terá que ser superior”.
‘Não podemos baixar a guarda’: A maior conquista dessa equipe não foi técnica, foi o resgate da confiança e da alegria do torcedor em ver a equipe, mesmo que muitos resultados no Campeonato Brasileiro não tenham sido aquilo que a gente queria. Seis meses atrás essa equipe estava sendo contestada, agredida com palavras, e gerando desconfiança. Eles conseguiram resgatar a alegria. Chegamos à final por merecimento. Tiramos dois adversários de alto nível em fases anteriores e que nos credenciaram a chegar a essa final com o Flamengo. Só agradecer a enaltecer entrega em treinamentos e dedicação, foi o que nos levou a esse momento. Finalizamos a primeira etapa desse jogo grande e de alto nível, mas não podemos baixar a guarda.
Primeiro gol de Calleri na Copa do Brasil: “Não sabia que tinha sido o primeiro gol dele em Copa do Brasil. Gol fundamental, importantíssimo. Ele sabe muito bem que tem sido decisivo em muitos momentos pra nós, não tem que ter preocupação nenhuma nesse quesito. O vestiário está bem tranquilo, estamos conscientes que apenas uma parte da partida foi finalizada hoje. Teremos a segunda parte e não podemos jogar abaixo do que jogamos para não sermos surpreendidos pela equipe do Flamengo.”
Confira outros trechos da coletiva de Dorival Jr.
Virada de chave na Copa do Brasil
“É impossível você desligar uma chave e ligar outra com dois dias e meio de diferença de uma partida para outra. Jogamos um jogo complicadíssimo na quarta contra o Inter em Porto Alegre, com 3 dias de chuva, campo muito pesado. De repente, 3 dias depois, estamos novamente em campo para jogar uma decisão de Copa do Brasil. É muito difícil. Um aspecto importante: ficaríamos quase 22 dias sem atuar se não colocássemos a equipe para jogar. Colocando, nós corremos o risco de perder alguém pra decisão. Para vocês verem os impasses que são criados e as situações em que estamos envolvidos. Todos que estão decidindo é assim. Estávamos em três competições. Cheguei ao São Paulo na segunda rodada do Brasileiro e no meio de semana já tínhamos que brigar pela vaga contra o Ituano na Copa do Brasil. Não tem como fazer uma escolha. Temos que ir rodada a rodada tentando reconstruir uma equipe, lutando pelo resultado seguinte. É o que tem sido feito. É natural que em determinado momento, quando percebemos que podemos chegar a uma final de copa, nos voltamos totalmente para ela. Brasileiro é campeonato de longevidade e tem outros componentes concorrendo pelo título.”
Vitória no Maracanã
“Acho que nós preparamos muito bem essa partida. Pessoal da análise, nossos auxiliares, fizeram um trabalho exemplar e isso nos deu condições de colocarmos coisas importantes aos jogadores que foram neutralizadas pela nossa partida e pelo nosso posicionamento. Sustentamos boa parte do primeiro tempo, talvez não tenhamos tido o mesmo desempenho no início da segunda etapa e precisamos fazer algumas alterações, mais de ordem física do que tática. Recompor algumas peças para voltar a ter posse de bola. O desgaste foi grande. O nível de exigência da quarta-feira foi impressionante pelo gramado, nós não suportaríamos os dois tempos aqui, precisaria de mais alterações até.”
Desempenho do São Paulo
“Preparamos a equipe com a entrada do Everton, como também a equipe no 4-3-3, são apenas números. Gabriel entra muito bem por dentro, Gabriel flutua bem, em alguns momentos fazem um losango como atuavam ano passado. Temos que dar atenção. Esperava um Flamengo nessas duas possibilidades e trabalhamos com elas. O trabalho foi bem realizado. É apenas a primeira etapa de um jogo de 180 minutos. Não podemos esquecer a qualificação desse grupo, que conheço muito bem. Sei que precisamos fazer muito mais se quisermos fazer um resultado dentro do Morumbi. O campeonato não está definido. Temos que ter muitos cuidados e correr muito mais do que corremos hoje se quisermos realmente lutar por esta competição, que seria muito importante para o clube. Nossa preparação terá que ser superior.”
Torcedor do São Paulo
“O que a torcida fez ontem impressionou a todos, nunca havia visto isso em momento nenhum. Vai ficar marcado para a vida toda, só tenho a agradecer, pedir que esse torcedor compareça. Vamos tomar o Morumbi, vamos precisar da força do torcedor.”
Luciano no banco
“Foi opção tática. Luciano é importante para a gente, por merecimento deveria estar nessa partida e poderá estar na próxima partida. Ainda vamos nos preparar. Sempre foi um jogador diferencial para todos nós, ele sabe disso e sabe o quanto foi importante mesmo não estando presente.”
Noite antes da final
“Eu dou muito valor à preparação que foi feita e foi em cima dela que pudemos ter a atitude que tivemos aqui dentro no dia de hoje. Foi um resultado muito importante para o São Paulo. Sinceramente, para o Dorival, eu sou parte do grupo. Assim como tentei fazer o meu melhor pelo Flamengo, estou tentando fazer o meu melhor no São Paulo. Não tem essa situação de Dorival contra o Flamengo. Não tenho nada a falar a respeito da direção. Não está definido, temos que correr mais do que corremos hoje se quisermos o resultado. Nossa preparação vai ter que ser superior. Ansiedade foi grande, natural, não vou esconder. Foi interessante porque você prepara, mas nunca sabe o que pode acontecer no dia da partida, às vezes foge ao seu controle.”
Atuação de Rodrigo Nestor
“Citei Luciano, Nestor, Michel Araújo. São jogadores importantíssimos em diversos momentos. Nestor desde a minha chegada começou a ter muita consistência, apresentou uma evolução, crescimento muito bom, em razão disso é um jogador titular da equipe, como é o Luciano e o Michel. Por isso que o nosso time consegue manter uma boa produção em momentos difíceis e complicados.”
‘Não podemos abaixar a guarda’
“Tudo é um processo e esse processo tem um tempo, nem sempre é o tempo que queremos. A maior conquista dessa equipe não foi técnica, foi o resgate da confiança do seu torcedor e da alegria do torcedor em ver a equipe, mesmo que muitos resultados no Campeonato Brasileiro não tenham sido aquilo que a gente queria. Seis meses atrás essa equipe estava sendo contestada, agredida com palavras, e gerando desconfiança. Eles conseguiram resgatar a alegria. Chegamos à final por merecimento. Tiramos dois adversários de alto nível em fases anteriores e que nos credenciaram a chegar a essa final com o Flamengo. Só agradecer a enaltecer entrega em treinamentos e dedicação, foi o que nos levou a esse momento. Finalizamos a primeira etapa desse jogo grande e de alto nível, mas não podemos abaixar a guarda.”
Atuação de Rafinha
“Rafinha tem mantido uma regularidade muito boa, algumas vezes atuando como atuou, 65 minutos no meio da semana. Tem dado resposta positiva, isso é fruto da dedicação de jogadores que são verdadeiros profissionais. Com a idade que está, suportando a carga de trabalho e sendo referência em tudo, na palavra, no gesto, mas também no treino. Teve crescimento muito grande e faz com que ele seja um dos jogadores mais confiáveis desse grupo.”
Gol de Calleri
“Não sabia que tinha sido o primeiro dele em Copa do Brasil. Gol fundamental, importantíssimo. Ele sabe muito bem que tem sido decisivo em muitos momentos pra nós, não tem que ter preocupação nenhuma nesse quesito. O vestiário está bem tranquilo, estamos conscientes que apenas uma parte da partida foi finalizada hoje. Teremos a segunda parte e não podemos jogar abaixo do que jogamos para não sermos surpreendidos pela equipe do Flamengo.”
Vestiário após a vitória
“Tudo tranquilo, equilibrado, alegria pela vitória contra um adversário forte, mas acima de tudo uma satisfação pessoal que não passa de hoje.”
Trabalho coletivo
“É difícil falar alguma coisa, não vou fazer um comparativo com o que está acontecendo lá e aqui. Sempre agi dessa maneira nos clubes que passei. Filipe Luís foi meu jogador em 2003 no Figueirense, Dorival daquele momento não mudou, procurou tentar melhorar profissionalmente, mas não mudou a forma de pensar e agir. As reações com jogadores que subiram da base e titulares de referência são as mesmas. Todos podem ser importantes. Acho que essa harmonia preciso mantê-la. Temos 36 jogadores no grupo de trabalho. Na roda, citamos isso. É natural que nem todos estejam satisfeitos nesse momento, mas todos estão treinando e demonstrando alegria de estar nesse momento. 11 jogam, 5 entram, 20 ficam fora e é preciso ter cuidado com esses, porque de repente alguém vai entrar na próxima semana e ser decisivo. Trabalhamos a primeira equipe, a segunda equipe e estamos tentando trabalhar a terceira equipe.”
Preço dos ingressos
“Difícil. Estou no meio do povo e percebo a dificuldade do pai de família. Se levar a esposa e o filho vai gastar em torno de mil reais entre a saída de casa e o retorno. Não é para qualquer um, realmente elitiza. Mas é muito difícil comentar em um país com tantas desigualdades como temos. São nesses instantes que percebemos o quanto a nossa população é carente e necessita de mudanças.”
Elenco numeroso
“Esse título não está sendo disputado neste momento por acaso. Desde meu primeiro dia, alguns jogadores ficaram surpresos porque eu coloquei que chegaríamos em uma decisão ainda neste ano. De repente, com trabalho, eles me passaram uma confiança ainda maior de que poderíamos chegar. Resultado não se administra. Nossa condição tem que ser a mesma de hoje. Estamos preparando esse momento há muito tempo, de meses para cá. A todo instante estou na cabeça deles para que não se entregassem mesmo diante dos resultados no Brasileiro e a saída precoce na Sul-Americana.”
EDER TRASKINI / Folhapress