SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A última semana de inverno, que termina no próximo sábado (23), será marcada por uma forte onda de calor que atinge parte do país, com termômetros acima de 30°C e chegando até 40°C.
Segundo a Climatempo, o calor será intenso principalmente no interior de Santa Catarina; no Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste do Paraná; no centro-sul do Pará; centro-leste do Amazonas e nos estados de Rondônia e Tocantins.
Fora do normal para a época do ano, o calor extremo pode causar mal-estar, desconforto, além de outras alterações na saúde, que exige cuidados. A respiração, a pele, os rins e o coração são algumas das áreas do corpo mais afetadas pelo calor contínuo, segundo o médico Abrão Cury, da SBCM (Sociedade Brasileira de Clínica Médica).
Segundo ele, o calor provoca uma dilatação dos vasos sanguíneos, o que diminui a pressão e pode levar a uma sobrecarga na circulação. Se acompanhado de tempo seco, como acontecerá em São Paulo sem previsão de chuva até o final da semana pode irritar também a mucosa respiratória.
Além disso, a transpiração aumenta naturalmente em períodos de calor, como mecanismo de defesa para refrescar o corpo, o que, conforme o médico, provoca perda de sais e pode ainda causar dermatite. A recomendação é usar roupas mais leves e se hidratar.
“Outra coisa no calor é que as pessoas pensam que bebida alcoólica serve como hidratante, mas o álcool também faz a pessoa perder líquido”, diz Cury.
O aumento da transpiração e a baixa ingestão de água também são os principais responsáveis pelo aumento do risco de formação dos cálculos renais, dizem os especialistas. A falta de água no organismo dificulta a diluição da urina, o que aumenta a concentração de cristais no organismo.
O médico Luiz Fernando Manzoni, professor do curso de medicina da USP (Universidade de São Paulo) em Bauru, diz que os grupos mais vulneráveis à mudança de tempo são idosos, pessoas mais expostas ao calor e aquelas que não se hidratam. A Defesa Civil alerta ainda para crianças, doentes crônicos e grávidas.
As dicas são beber bastante água, comer alimentos leves e adaptar os hábitos. “A gente quer continuar vivendo da mesma forma independente do clima e do que estamos sentindo, mas temos que respeitar o corpo e a nossa adaptação”, diz Manzoni.
Fabrízio Romano, vice-presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia, recomenda evitar atividade ao ar livre durante a tarde, quando a umidade está baixa. Pela manhã a umidade costuma ser mais elevada.
Para driblar o clima seco, Romano sugere hidratar o nariz com soro fisiológico e medicamentos específicos para a área.
A Defesa Civil recomenda que as pessoas não passem muitas horas sem se alimentar, mesmo se sentirem menos fome, e que mantenham uma alimentação saudável com frutas, verduras e alimentos leves.
Redação / Folhapress