SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A polícia da Coreia do Sul afirmou nesta quarta-feira (20) que soldados americanos usaram o serviço postal militar dos Estados Unidos para importar maconha sintética, proibida pela legislação do país asiático.
Um detetive sênior, Cha Min-seok, afirmou ao jornal The New York Times que trata-se de uma das maiores investigações envolvendo as Forças Armadas americanas no país nos últimos anos. Na operação, foram apreendidas cerca de 76 g da droga, além de US$ 12.850 (cerca de R$ 63 mil) supostamente provenientes de sua venda.
Nenhum dos soldados foi preso, mas recomendou-se ao Ministério Público que acuse formalmente todos os 22 envolvidos no caso, entre traficantes, intermediários e usuários. Na Coreia do Sul, quando a polícia conclui uma investigação criminal, os promotores a revisam e às vezes conduzem sua própria apuração antes de decidir se abrirão processos.
Entre os acusados há 17 soldados e cinco civis. Seus nomes não foram divulgados, mas a polícia informou que dois dos civis, um sul-coreano e um filipino, estão sob custódia na cidade de Pyeongtaek. O grupo de civis inclui ainda companheiras de dois dos militares.
A apuração, que durou quatro meses, começou com uma dica da divisão de investigação criminal do Exército americano. Contatado pelo New York Times, o órgão afirmou ter conhecimento das acusações feitas pela polícia sul-coreana, e declarou em comunicado que “nenhum soldado está sob custódia ou detenção relacionada ao incidente”. Afirmou ainda que apoia as investigações e “não aprova nenhum comportamento que viole leis, regras ou diretrizes sul-coreanas entre seus integrantes”.
Cha, o detetive, disse que a maior parte da distribuição da substância ocorreu em bases militares dos EUA, com os soldados se comunicando por meio do aplicativo de mensagens Snapchat.
Maconha sintética é um termo que engloba uma série de substâncias que simulam os efeitos do THC, principal ingrediente psicoativo da droga.
A lei sul-coreana prevê penas que vão de cinco anos à prisão perpétua para indivíduos condenados por exportar ou importar maconha ou possuí-la para tais fins. Traficantes e compradores da droga são sentenciados a no mínimo um ano de prisão. Já usuários podem ser condenados a até cinco anos de prisão ou multados em até US$ 37,6 mil (R$ 183,5 mil).
Redação / Folhapress