Com 36,5°C, São Paulo volta a ter recorde de calor em 2023 pelo 3º dia consecutivo

Pessoas tomam sol no Parque Augusta, em SP | Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A cidade de São Paulo registrou o dia mais quente de 2023 neste domingo (24), com 36,5º C. Essa é também a sexta maior temperatura já registrada na capital, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), e o maior registro para o mês de setembro desde 1943.

A capital enfrenta há dias uma onda de calor que atinge também atinge outras regiões do país.

Segundo o Inmet, outras três capitais registraram neste domingo recorde de temperatura em 2023. No Rio de Janeiro, foram registrados 39,9°C. Em Belo Horizonte, a máxima bateu 37,1°C. Já em Curitiba, foram 33,7°C.

O Rio teve um domingo de praias cheias e ao menos um registro de arrastão. Durante a tarde, policiais foram acionados para uma ocorrência na praia do Leme e detiveram dois homens, que tentaram resistir à abordagem e atiraram objetos contra os agentes.

Na cidade de São Paulo, o calor deste domingo supera o de sexta (22) e o de sábado (23), até então os dias mais quentes do ano, com 34,7°C.

A marca foi registrada pelo Inmet por volta das 15h na estação convencional do Mirante de Santana, na zona norte da capital. As medições começaram em 1943 e, desde então, a maior temperatura foi observada em 17 de outubro de 2014: 37,8ºC.

O dia de alta temperatura lotou parques e esvaziou os pontos turísticos da região central, onde não há árvores e a sensação de calor é mais forte.

No fim da manhã, os parques Ibirapuera, na zona sul, e Villa-Lobos, na zona oeste, tinham filas de carros para entrar nos estacionamentos e para alugar bicicletas. Os bebedouros e locais com sombra também eram disputados pelos frequentadores.

Já a avenida Paulista, o Minhocão e o Vale do Anhangabaú ficaram praticamente vazios.

Em São Miguel Paulista, na zona leste, que figura com frequência entre os três bairros mais quentes da cidade, os moradores lotaram piscinas particulares para se refrescar e amenizar o calor.

Paulistanos têm enfrentado uma série de altas temperaturas nas últimas semanas do inverno, que deu lugar à primavera às 3h50 deste sábado (23). Os dois primeiros meses da estação são marcados por máximas de temperatura em vários locais do país —inclusive na capital.

Este inverno foi o mais quente mais forte desde 1961 na cidade, segundo o Inmet, com uma média de temperatura de 26°C, contra 25,2°C naquele ano. Três dias mais quentes de 2023 ocorreram no inverno. O primeiro dia da primavera, sábado (23), repetiu o maior número do ano: 34,7ºC.

– Como é feita a previsão do tempo na cidade de São Paulo?

Neste domingo (24), o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas) também registrou recorde de temperatura na cidade. Segundo o órgão, ligado à prefeitura, a média de temperatura máxima parcial atingiu 34,7°C por volta das 12h20. Até então, o recorde havia ocorrido no dia 22 de setembro com 34°C. O centro alertou que as temperaturas vão continuar em elevação até o meio da tarde.

Os pontos com recordes absolutos de temperatura nesta tarde, segundo o CGE, foram São Miguel Paulista (com registro de 37,33ºC), Móoca (37,18ºC) e Butantã (37,04ºC).

O CGE faz as previsões a partir de imagens de satélite, de radares e de 29 estações meteorológicas automáticas pela capital. A diferença em modelos e metodologias se traduz nas previsões, mas o órgão oficial brasileiro é o Inmet.

A previsão é de que a massa de ar quente e seco deve continuar atuando pelo menos até a próxima quarta-feira (27) e, o calorão, só deve diminuir a partir da quinta-feira (28), com a previsão do retorno das chuvas na forma de pancadas isoladas em São Paulo.

Um dos fatores que causa ondas de calor, diz a Defesa Civil do estado, é um sistema de alta pressão sobre regiões do estado que mantém o tempo quente e seco e dificulta a chegada de frentes frias carregadas de umidade.

Ainda, o Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) aponta que a influência do El Niño deve manter as ondas de calor durante a primavera. O fenômeno deve contribuir com mais chuvas no Sul, especialmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, e menos precipitação no leste da Amazônia.

Embora não seja possível cravar seus efeitos nos próximos meses sobre a região Sudeste, o Inpe diz que o volume de chuvas deve ficar acima da média histórica dos últimos 30 anos em São Paulo.

Ainda, a capital enfrenta dias de pouca umidade, o que deve mudar com a chegada de uma frente fria na segunda (25). É importante manter a hidratação e a ingestão de água de coco e outros isotônicos para minimizar o impacto no aparelho respiratório.

Para aliviar a irritação nas vias aéreas, a recomendação é usar soro fisiológico para lavagem nasal e em inalações. Esses cuidados devem ser reforçados quando há crianças ou idosos em casa.

A atenção deve ser redobrada para as próximas semanas, já que a previsão para todo o planeta é que 2023 seja o ano mais quente ou o segundo mais quente desde 2016, segundo cientistas americanos. Ainda, este último agosto foi o mais quente da história, com a temperatura média global 1,25°C superior à média do século 20 para o mês.

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Veja as 10 maiores temperaturas na cidade de São Paulo

Série do Inmet começou em 1943 e considera registros de estação no Mirante de Santana

1 – 37,8°C

17/10/2014

2 – 37°C

20/01/1999

3 – 36,7°C

19/01/1999

4 – 36,7°C

21/01/1999

5 – 36,6°C

31/10/2012

6 – 36,5°C

19/01/2015 e 24/09/2023

7 – 36,4°C

07/02/2014

8 – 36,3°C

08/02/2014

9 – 36,1°C

30/10/2012

10 – 36,1°C

04/11/2019

Redação / Folhapress

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