Michael Gambon, o Dumbledore de ‘Harry Potter’, morre aos 82 anos

Foto: Reprodução; rede social

Michael Gambon, que interpretou Dumbledore em seis filmes da saga Harry Potter, morreu aos 82 anos.

Em comunicado enviado ao jornal The Guardian, a família explicou: “Estamos desolados por anunciar a perda do Sir Michael Gambon. Pai e marido amado, Michael morreu pacificamente no hospital ao lado de sua esposa Anne e de seu filho Fergus, após uma pneumonia”.

Michael Gambon abandonou a escola aos 15 anos e nunca teve treinamento profissional de atuação. Ele começou a trabalhar no teatro construindo cenários, e logo passou a se interessar pela atuação.

Em 2004, entrou para o universo Harry Potter com a estreia de “O Prisioneiro de Azkaban”. Gambon assumiu o papel do diretor Dumbledore após a morte de Richard Harris, em 2002.

Em 2015, Gambon se aposentou do teatro por problemas de memória. “É horrível admitir, mas eu não consigo. Parte o meu coração. Quando o roteiro está na minha frente, demora muito para aprender as falas. É assustador”, revelou à revista Sunday Times na época.

INFÂNCIA E CARREIRA

Nascido em 19 de outubro de 1940, Sir Michael John Gambon se mudou para Londres com a família aos 6 anos, quando seu pai resolveu se juntar a forças para reconstruir a capital após a devastação da Segunda Guerra Mundial.

Após abandonar a escola, aos 15 anos, tornou-se um aprendiz de ferramenteiro, e começou a seguir os passos do pai como construtor e engenheiro. No entanto, já com um gosto pelo teatro, resolveu enviar uma carta com um currículo ao empresário Micheál Mac Liammóir, que mudou para sempre sua vida.

Na carta, ele descrevia o que seria sua carreira dos sonhos, o que de fato fez com que começasse a atuar. Em 60 anos de carreira, recebeu três Olivier Awards, dois SAG Awards e quatro prêmios BAFTA.

Gambon estreou no teatro em 1962, em uma produção de Othello. Um ano depois, capturou a atenção de Laurence Olivier, um dos principais nomes do teatro britânico no século 20. A partir daí, começou a participar de dezenas de peças na Companhia Nacional do Teatro. Ao todo, foi indicado 13 vezes ao Olivier Awards, principal prêmio do teatro britânico.

Foi na década de 1980, no entanto, que começou a realmente se destacar. Peças em que atuou foram imensamente elogiadas pela crítica e por jornais britânicos, e ele foi apelidado pelo ator Ralph Richardson de “The Great Gambon”, ou “O Grande Gambon”.

No cinema, ele dava seus primeiros passos desde 1965, mas começou a ser escalado para papéis maiores a partir das décadas seguintes, após rejeitar, no início dos anos 70, um convite do produtor Albert Broccoli para fazer um teste de elenco para ser o próximo James Bond.

Em 1989, estrelou “O Cozinheiro, o Ladrão, Sua Mulher e o Amante”, com Helen Mirren, interpretando um líder psicótico da máfia. Depois disso, ementou outros papéis menores em filmes como “Assassinato Sob Custódia”, “Império do Crime” e “Um Homem Sem Importância”.

Em 1995, fez sua estreia nos palcos da Broadway, com a peça “Skylight”, pela qual recebeu sua primeira e única indicação ao Tony Awards de melhor ator.

Apesar da carreira extensa em mais de 70 peças de teatro, entre montagens originais e reprises, Gambon ganhou destaque internacional a partir de 2004, quando atuou em “A Vida Marinha com Steve Zissou”. Em 2010, participou do filme vencedor do Oscar “O Discurso do Rei”, de Tom Hooper, em que fez o idoso rei George V.

Gambon foi o segundo ator a interpretar Alvo Dumbledore nos filmes da saga Harry Potter, assumindo o personagem após a morte de Richard Harris. Ele passou a integrar a saga a partir do terceiro filme “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban”, de 2004.

Em 2015, Gambon se aposentou dos palcos devido à perda de memória, mas continuou trabalhando no cinema e na televisão. Foi condecorado cavaleiro pela rainha Elizabeth 2ª em 1998.

VIDA PESSOAL

Em 1962, casou-se com a matemática Anne Miller, aos 22 anos. Discreto, ele sempre evitou falar da vida pessoal e da família. O casal teve um único filho, Fergus, que se tornou um especialista em cerâmica.

Em 2001, apresentou Philippa Hart, uma mulher 25 anos mais nova que ele, como sua namorada, embora nunca tenha se divorciado oficialmente. Quando o affair foi revelado em 2002, mudou-se da casa que dividia com a esposa. Em 2007, foi revelado que Hart estava grávida. Os dois diveram dois filhos, um nascido em 2007 e outro em 2009.

Redação / Folhapress

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