Trocação entre Diniz e Coudet diverte, mas expõe fraquezas de Fluminense e Inter

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – O empate por 2 a 2 entre Fluminense e Internacional foi um ótimo entretenimento, muito pela proposta de ataque dos dois times. Ao mesmo tempo, os dois semifinalistas da Libertadores mostraram problemas defensivos que podem ser decisivos no duelo de volta, no Beira-Rio.

Foi um jogo de quatro gols, 22 finalizações (12 a 10 para o Inter), defesas complicadas por parte dos goleiros, uma virada e recuperação. Os técnicos Fernando Diniz e Eduardo Coudet apostaram em formações ofensivas.

Mesmo quando o jogo ainda estava 11 contra 11, durante o primeiro tempo, o Fluminense criou chances, tanto que abriu o placar relativamente cedo, mas viu o Inter também levar muito perigo.

O time tricolor adotou uma formação com apenas dois meio-campistas — André e Ganso, dupla que passa longe de ser a mais marcadora — e quatro jogadores de DNA ofensivo: Cano, John Kennedy, Arias e Keno.

O Inter, no papel, tinha mais gente para controlar o meio-campo, como Johnny, Aránguiz, Maurício e Alan Patrick. E foi incisivo até conseguir a virada — no segundo tempo, quando já quando estava com um jogador a mais, após a expulsão de Samuel Xavier.

Ao mesmo tempo em que o Flu permitiu várias chegadas do Inter, a ponto de Fábio trabalhar bastante, o time gaúcho não foi capaz de impedir o empate, em um lance que nasceu em um escanteio e culminou com o segundo gol de Cano.

“O que nos trouxe até aqui foi nossa forma de marcar também. A equipe volta muito rápido, mesmo com muitos jogadores ofensivos de qualidade. Todo mundo tem humildade para correr. Lógico que uma hora ou outra, pela qualidade do adversário, você pode ficar exposto. Mas a gente tenta compensar e o mais importante é melhorar a cada jogo”, disse Fábio,

DETALHES DO LADO DO FLU

A formação do Fluminense foi a mesma usada nas vitórias sobre o Olimpia, nas quartas de final da Libertadores. Só que o Inter, diferentemente do time paraguaio, tem muito mais repertório e gosta de ficar com a bola.

Os jogadores do Fluminense reconheceram que o time foi com ímpeto para o ataque, até se expondo por alguns momentos. Mas a proposta era, de fato, alcançar a maior vantagem possível em casa.

O time perdeu a bola e deu espaço em profundidade em algumas ocasiões no primeiro tempo. Felipe Melo protagonizou lances perigosos na defesa —primeiro, perdendo uma bola que gerou contra-ataque perigoso, e depois entregando a posse cara a cara com Fábio. Sorte que o Inter não conseguiu finalizar direito.

“Quando a gente vai pressionar alto, automaticamente temos que estar juntos, a defesa sai um pouco mais. Então, a gente tem que tomar alguns riscos. A gente queria fazer o resultado no início, fizemos 1 a 0, tivemos oportunidade de fazer dois. Queríamos vencer o jogo, mas está em aberto”, disse Felipe Melo.

A expulsão de Samuel Xavier atrapalhou os planos tricolores. O encaixe da marcação ficou ainda mais complicado. O primeiro gol colorado veio de um cruzamento da esquerda, quando o Flu não tinha um lateral-direito de ofício. Marcelo cochilou na área e Mallo, com constatação do VAR, ficou em condições de marcar.

O mesmo Marcelo foi o último a ser batido por Alan Patrick, já quando a defesa do Flu se desorganizou na construção da virada colorada. A entrada de Alexander no segundo tempo foi uma das tentativas de Diniz de melhorar a combatividade no meio-campo, já que o time tinha ficado com um jogador a menos.

“Não fico pensando se o time vai ficar mais ofensivo, penso que o time vai ter mais chance de ganhar. Vou botar o melhor time que eu achei. Contra o Olimpia, o time não ficou exposto. Se a gente achar que a gente vai ter mais chance de ganhar, vamos colocar”, afirmou Diniz.

DETALHES DO LADO DO INTER

Embora tenha feito um jogo ofensivo interessante até conseguir a virada — facilitada pela expulsão no Fluminense — o Inter pecou tanto por erros individuais quanto coletivos na questão defensiva.

Renê foi o vilão na jogada do 1 a 0 do Flu e também no escanteio que originou o segundo gol. Na bola alçada na área colorada, inclusive, Nino teve muita liberdade para desviar antes de Cano fazer mais um no Maracanã.

E olha que no primeiro tempo o cenário poderia ter ficado mais complicado ainda para o Inter, se não fossem pelo menos duas defesas complicadas feitas por Rochet.

“Cometemos erros, mas também fizemos muita coisa boa. Poderíamos ter marcado mais gols, mas sinto que o time foi a campo com uma boa estratégia e incomodamos o rival. Destacar também o goleiros deles. Esteve em uma grande noite e ajudou muito o time. Quando o goleiro rival trabalha é porque estamos no caminho certo”, analisou o técnico Coudet.

IGOR SIQUEIRA / Folhapress

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