SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O título da Copa do Brasil e as duas vitórias recentes sobre Coritiba e Corinthians deixaram a vida de Dorival Júnior mais tranquila no São Paulo. Mesmo assim, o treinador precisa aparar algumas arestas para aperfeiçoar o elenco até o fim da temporada e até mesmo pensando em 2024.
Os desafios vão desde a situação de Luciano, reserva nos últimos jogos, até o encaixe dos principais nomes no ataque, como James, Lucas e Calleri.
DESAFIOS
1 – Luciano. Dorival reconheceu estar “em débito” com o atacante, que virou banco após atuar como titular durante boa parte do ano. O camisa 10 foi parar na reserva nos dois jogos contra o Flamengo. A postura do jogador, um dos xodós da torcida, é elogiada pelo treinador.
A questão é como fazer Luciano jogar ao lado de Lucas e Calleri, o que possivelmente levaria Wellington Rato ou Nestor para o banco de reservas.
A tendência é que, com o atacante em campo, Lucas passe a atuar mais aberto pela direita, posição diferente da que ele atuou na reta final da Copa do Brasil contra Corinthians e Flamengo.
Reconheço estar em débito com o Luciano por ele não estar atuando neste instante. Ele não fez partidas em que tenha merecido sair. Entendo isso, mas precisava tomar uma decisão e fazer uma opção, afirmou Dorival.
2 – James Rodríguez. O colombiano estreou no início do mês passado e ainda não engrenou na equipe -muito por causa da questão física. Convocado para a seleção na Data Fifa, ele ficará ao menos uma semana afastado do elenco, fato que deve adiar ainda mais a condição de titular do astro e seu encaixe no elenco. James ainda teve pouco tempo jogando ao lado do time considerado titular.
Um desafio é encontrar uma forma de colocar James para atuar ao lado de jogadores como Lucas e Calleri. Na vitória sobre o Corinthians, a entrada do colombiano mudou a posição de Lucas, que tem atuado mais centralizado.
[A convocação] é mérito, mas seria muito importante que ele estivesse com a gente. Quando ele retornar, de repente não tem a carga de trabalho que estamos utilizando na equipe. Aí, leva um novo processo para acelerar o condicionamento, comentou Dorival.
Dorival até admite que há possibilidade de atuar em algum momento com um quarteto, formado por Calleri, James, Lucas e Luciano, mas pondera que existem outros jogadores que mostraram evolução e que também buscam espaço no time.
Impossível é jogadores que não tenham qualidade jogando juntos, porque aí você só vai correr. Jogadores de nível, você às vezes você perde em briga, mas ganha de outras formas. É uma maneira de administrar jogos com posse de bola porque você tem qualidade. Todos precisam também correr para trás. Quando você tem tudo isso de maneira organizada, você faz com que todos possam estar juntos. O que acontece é que fizemos jogos onde alguns jogadores evoluíram e eu não tenho o direito de cortar tudo isso. Há instantes em que você precisa priorizar o que está acontecendo de melhor, até porque os outros estão buscando espaço e são muito importantes, explicou o treinador.
3 – Calleri. O centroavante precisa operar o tornozelo ainda neste ano e vai desfalcar o São Paulo na reta final do Brasileirão. Sem o seu principal atacante, o técnico terá encontrar alguma opção no elenco. Uma boa resolução poderá ser vista na próxima partida do clube pelo campeonato, contra o Vasco. Calleri estará suspenso, e Dorival poderá testar um substituto.
Ainda não [vai operar], pelo menos o combinado é que vai passar um momento da competição antes de ele fazer a operação. A intenção é ter o Calleri em condições já em janeiro, revelou Dorival.
PERMANÊNCIAS E APOSENTADORIA
Lucas. Em pouco tempo, o ídolo virou o “motorzinho” da equipe e é o principal responsável por abastecer as jogadas ofensivas do Tricolor. O problema é que Lucas tem contrato até dezembro e, por enquanto, a situação envolvendo seu futuro está completamente em aberto.
Rafinha. Outro pilar da equipe é o lateral-direito, que revelou ontem que vai se aposentar em 2024 – o mês ainda é incerto. Sem o lesionado Igor Vinícius, Dorival conta apenas com Nathan como substituto imediato e, quando não puder escalar o veterano, deverá improvisar alguém no setor.
Lucas e Rafinha sabem que são importantes para a gente. São jogadores fundamentais e não gostaria de perdê-los. Para ganharmos o Lucas, aliás, foi um trabalho criterioso de toda a diretoria. [Sobre o Rafinha], preciso dar um tempo para ele repensar toda a situação e, aí sim, com mais dados, a gente define tudo, comentou Dorival.
BRUNO MADRID / Folhapress