SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O projeto de fazer um remake de “Vale Tudo”, trama produzida em 1988 pela Globo, dividiu opiniões na internet. Para alguns, esse é um dos maiores clássico da teledramaturgia brasileira e não precisa de uma atualização, enquanto outros acreditam que os avanços tecnológicos que ocorreram desde então justificam uma nova visita ao texto.
Renata Sorrah, 76, que se destacou na trama como a Heleninha Roitman, parece ser do primeiro time. A atriz diz que a jovem rica e alcoólatra é “um dos personagens mais incríveis que eu fiz” e que a trama “foi uma das novelas mais lindas que já foram escritas”.
“Quando fazem um remake é bacana, [mas] tem remakes que se fizerem eu vou ter muito ciúme (risos)”, conta ela. “Mas quando passa de novo a novela, revisita a novela, eu acho muito interessante ver. É um documento de época, tem algumas novelas que a gente vê e fica: ‘Meu Deus, não tinha nem celular’, ‘Olha o telefone, a televisão, a roupa’.”
Em breve, Renata poderá ser vista em outro trabalho que fez com o autor Gilberto Braga (1945-2021) –“Vale Tudo” foi escrita em parceria com Aguinaldo Silva e Leonor Bassères. “Eu fiz grandes trabalhos com ele, ele escreveu para o Brasil umas novelas e folhetins maravilhosos”, lembra. “Ele reinventou coisas, escreveu personagens icônicos. Ele faz muita falta, muita falta.”
Desta vez, trata-se de “Pátria Minha”, escrita em colaboração com Alcides Nogueira, Leonor Bassères, Sérgio Marques e Ângela Carneiro, que estreia no catálogo do Globoplay no dia 9 de outubro. A trama de 1994 trazia a atriz como Natália, uma mulher batalhadora e mãe solteira.
“A minha personagem tinha uma filha maravilhosa, ela trabalhava fora e criava a filha”, lembra Renata. “Era uma relação muito aberta, muito verdadeira, uma relação muito bacana de mãe e filha.”
Ela dá um exemplo de como isso se dava na prática. “Eu me lembro de uma história que a filha namorava e ela achava bacana, transformou o quarto da filha dela e deu uma cama de casal, porque ela achava melhor, visto que a filha tinha idade para namorar e ter um relacionamento”, conta.
Natália era a mãe da protagonista Alice, interpretada por Cláudia Abreu, de quem ela fala com carinho até hoje. “A gente ficou amiga e comadre para o resto da vida”, afirma. “Então, são esses encontros em cima de um palco, em um set de televisão, em um set de filmagem, que são encontros de amizades para o resto da vida. E com a Cacau foi assim, com a Cláudia Abreu, ela é uma das pessoas que eu mais admiro e mais gosto.”
Redação / Folhapress