O ESG (Ambiental, Social e Governança) refere-se a um conjunto de critérios e práticas que as empresas adotam para avaliar e melhorar seu desempenho nas áreas ambientais, sociais e de governança. A relação entre o ESG e a melhoria da performance das empresas é complexa, mas muitos argumentam que existem vínculos positivos entre eles.
O que significa cada uma destas dimensões?
Ambiental (Environmental): Esta dimensão trata das práticas e políticas relacionadas ao meio ambiente. Inclui considerações sobre a gestão de recursos naturais, redução de emissões de gases de efeito estufa, eficiência energética, conservação da biodiversidade, gestão de resíduos, uso responsável da água e outros fatores ambientais.
Social (Social): A dimensão social se concentra nas relações das empresas com seus stakeholders, incluindo funcionários, clientes, comunidades locais e sociedade em geral. Ela abrange questões como direitos humanos, diversidade e inclusão, condições de trabalho justas, segurança no local de trabalho, responsabilidade social corporativa, relações comunitárias e contribuições para o desenvolvimento social.
Governança Corporativa (Governance): Esta dimensão diz respeito à estrutura de governança e ao comportamento das empresas em termos de transparência, responsabilidade e ética. Inclui aspectos como a composição do conselho de administração, a independência dos diretores, a qualidade das práticas contábeis e de relatórios financeiros, a prevenção de corrupção, a ética nos negócios, a proteção dos direitos dos acionistas e a adesão a normas e regulamentos adequados.
Quais as tendências para o ESG em 2022?
De acordo com o relatório da Consultoria PwC, até 2025, 57% dos ativos de fundos mútuos na Europa estarão em fundos que consideram os critérios ESG, o que representa US$ 8,9 trilhões, em relação a 15,1% no fim de 2021. Além disso, 77% dos investidores institucionais pesquisados disseram que planejam parar de comprar produtos não ESG nos próximos dois anos. Isso, além de apontar uma tendência global, pode ser também uma barreira para produtos brasileiros no mercado internacional, o que afeta a competitividade das empresas.
Como é o ESG no Brasil?
Cada vez mais, a adoção de práticas responsáveis é determinante para as empresas, inclusive as de menor porte. E as ações devem se estender em todo o ciclo de vida de um produto, o que inclui sua cadeia de valor. Assim, grandes organizações já restringem a contratação de fornecedores que não estão alinhados ao ESG.
Além disso, o Índice de Sustentabilidade Empresarial da Bolsa de Valores de São Paulo (a B3) é uma régua importante para empresas de capital aberto listadas na bolsa incorporarem valores sustentáveis à pauta, na medida em que contribuem para a perenidade dos negócios.
Vários instrumentos financeiros têm sido criados para viabilizar a captação de capital voltado ao financiamento de atividades econômicas sustentáveis. Destacam-se, aqui, os Títulos Verdes, Sociais, Sustentáveis (combinação entre o Verde e o Social) e Vinculados à Sustentabilidade.
Mas, a tendência é de que as empresas possam ir além das métricas tradicionais aplicadas a investimentos. Um relatório recente da XP Investimentos aponta que “questões ambientais, sociais e de governança corporativa não são opcionais para o investidor. A incorporação de elementos ESG ao compor carteiras pode aumentar os retornos ao passo que reduzem o risco“.
Assim, as empresas que ainda não iniciaram sua jornada rumo ao ESG precisam fazer isso o quanto antes, sob risco de perderem espaço no mercado e se tornarem pouco competitivas.