Festival do Rio chega à 25ª edição cheio de biografias e com gala de ‘Priscilla’

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um dos mais importantes eventos do calendário cinematográfico do país, o Festival do Rio chega, nesta quinta-feira, dia 5, à sua 25ª edição com menos aperto financeiro. São cerca de 200 filmes, entre curtas e longas-metragens, exibidos na Cidade Maravilhosa até o dia 15 de outubro.

Se há quatro anos o evento tinha sua realização ameaçada pela falta de patrocínio, e há três foi cancelado devido à pandemia, ele agora completa uma sequência de três edições durante as quais viu a programação engordar e as galas e festas se abrilhantarem.

É com traje de passeio completo que a organização do Festival do Rio convoca os convidados para sua sessão de abertura, no histórico Cine Odeon, outro patrimônio cultural da cidade engolido por dificuldades financeiras em anos recentes, dando ares de requinte ao evento.

Pela primeira vez, uma animação, “Atiraram no Pianista”, o inaugura. Dirigido pelos espanhóis Fernando Trueba e Javier Mariscal, que marca presença na sessão, o filme acompanha a investigação do desaparecimento de Francisco Tenório Júnior, músico da banda de Vinicius de Moraes e Toquinho, durante uma série de shows em Buenos Aires.

Já para o encerramento, serão duas galas -a nacional “O Sequestro do Voo 375”, de Marcus Baldini, e a estrangeira “Priscilla”, aguardada história sobre a mulher de Elvis Presley dirigida por Sofia Coppola.

No meio delas, sessões com pompa equivalente devem levar para perto do público Sophie Charlotte, José Loreto e Ailton Graça, protagonistas de três outras cinebiografias de uma seleção que não economizou no gênero -“Meu Nome É Gal”, sobre Gal Costa, “O Meu Sangue Ferve por Você”, sobre Sidney Magal, e “Mussum, o Filmis”, sobre o humorista homônimo.

Também devem circular entre a Cinelândia, onde fica o Odeon, e a Glória, sede da organização do Festival do Rio, de festas paralelas e do RioMarket, mercado voltado a quem trabalha no audiovisual, a cineasta francesa Catherine Corsini e o ator italiano Franco Nero.

Prova de que o festival recuperou o fôlego é a importação de vários títulos exibidos em Cannes, Berlim e Veneza. Deste, trouxe o que deve ser seu principal chamariz internacional, “Pobres Criaturas”, um “Frankenstein” feminista dirigido por Yorgos Lanthimos que tem Emma Stone, Mark Ruffalo e Willem Dafoe no elenco. A obra levou o Leão de Ouro no mês passado.

Também são destaques o romance gay que vem causando alvoroço nas redes “All of Us Strangers”, de Andrew Haigh; “Firebrand”, primeira incursão de Karim Aïnouz no cinema de língua inglesa; “How to Have Sex”, que deu a Molly Manning Walker o prêmio da mostra Um Certo Olhar em Cannes, e, ainda do festival francês, “Monster”, de Hirokazu Kore-eda, vencedor de melhor roteiro e da Palma Queer, “O Sabor da Vida”, de Tran Anh Hung, que levou direção, e “Perfect Days”, de Wim Wenders, que ficou com melhor ator.

Os estrangeiros “Corta!”, de Michel Hazanavicius, “DogMan”, de Luc Besson, “Hit Man”, de Richard Linklater, “Hypnotic – Ameaça Invisível”, de Robert Rodriguez, “Segredos de um Escândalo”, de Todd Haynes, e “Past Lives”, de Celine Song, também chamam a atenção, junto com os nacionais “Pedágio”, de Carolina Markowicz, “Levante”, de Lillah Halla, “A Flor do Buriti”, de João Salaviza e Renée Nader Messora, e da série “João Sem Deus – A Queda de Abadiânia”, de Marina Person.

Além dos filmes em sessões especiais e daqueles que competem pelo troféu Redentor, há ainda exibição de clássicos e programação gratuita espalhada pela capital fluminense, incluindo nas areias da praia de Copacabana, que vai desafiar as nuvens cinzas que cobriram o Rio nesta última semana com uma enorme tela.

LEONARDO SANCHEZ / Folhapress

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