SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O telefone do ortopedista Jorge dos Santos Silva, diretor clínico do IOT (Instituto de Ortopedia e Traumatologia) do Hospital das Clínicas de São Paulo, não parava de receber mensagens e ligações desde as 5h30 da manhã desta quinta (5), de colegas de todo o país manifestando apoio.
Os três médicos assassinados na madrugada em um quiosque de praia na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, eram muito conhecidos no IOT. Marco de Andrade Corsato, 62, era médico assistente do grupo de tornozelo e pé da instituição. Os residentes Diego Ralf de Souza Bonfim, 35, e Perseu Ribeiro Almeida, 33, já tinham feito especialização ali.
“Estamos todos chocados. É muita tristeza a gente perder um grande amigo e meninos no começo de carreira, gente bem qualificada, bem formada”, diz Silva.
Segundo ele, Corsato vivia um momento muito feliz, com o nascimento de uma neta. “Sabe um cara de bem com a vida, de conversa gostosa? Esse era Corsato. Além de ser um excelente médico.”
Um quarto médico, Daniel Proença, ficou ferido e foi levado para o Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, no mesmo bairro onde ocorreu o crime.
De acordo com Silva, ele teve ferimentos por tiros, com fraturas no fêmur, no úmero, no pé e na mão, mas não corre risco de morte. Na manhã desta quinta, ele ainda passava por cirurgia. “Estamos em contato direto com a equipe do hospital.”
Segundo o ortopedista, todos participariam de um congresso internacional sobre cirurgia minimamente invasiva, que vai começar nesta quinta no Rio. São cirurgias realizadas com cortes pequenos, com recuperação mais rápida. O evento acontece pela primeira vez no Brasil e reúne mais de 300 médicos do país e do mundo.
CLÁUDIA COLLUCCI / Folhapress