Dólar abre em alta com mercado à espera de dados de emprego nos EUA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar operava em alta no início das negociações desta quinta-feira (5), ainda beneficiado pelo alto patamar dos rendimentos dos títulos americanos, enquanto o mercado aguarda novos dados de mercado de trabalho nos Estados Unidos.

Para sexta (5), está prevista a divulgação do relatório de abertura de vagas fora do setor agrícola americano, um indicador acompanhado de perto pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) e o mais aguardado da semana pelo mercado. As informações terão forte impacto nas apostas sobre o futuro da política de juros americana, num momento em que as projeções de um novo aumento nas taxas ganham força

Às 9h40, o dólar subia 0,43%, cotado a R$ 5,175.

Na quarta (5), depois de o dólar ocupar os holofotes, foi a vez do petróleo roubar a cena. A matéria-prima caiu 5,62%, a US$ 85,81, menor valor desde 30 de agosto, e derrubou as ações da Petrobras.

A forte desvalorização reflete a decisão da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) de manter os cortes de produção nos níveis atuais. A expectativa do mercado era que o grupo reduzisse a oferta para impulsionar o valor da commodity.

Os papéis da Petrobras acompanharam o movimento. Os preferenciais (PETR4) cederam 3,94%, a R$ 32,63. Os ordinários (PETR3), 3,29%, a R$ 35,52.

Apesar da queda da estatal, o Ibovespa conseguiu se firmar no terreno positivo e fechou em leve alta de 0,17%, a 103.607 pontos. Quem puxou o índice para cima foram os bancos. Bradesco (BBDC4) subiu 3,74%, a R$ 14,43, e Itaú (ITUB4) ganhou 2,44%, a R$ 27,25.

Já o dólar fechou em queda marginal nesta quarta. Após oscilar entre perdas e ganhos, a cotação da moeda americana encerrou o pregão a R$ 5,1524, recuo de 0,03%.

Na terça (3), a divisa teve forte alta de 1,74%, indo a R$ 5,154, em seu maior valor desde 28 de março (R$ 5,165), impulsionado justamente pelas apostas sobre juros nos Estados Unidos.

Nesta quarta, porém, o mercado reduziu essa aposta, após a criação de empregos no setor privado americano em setembro ficar abaixo das expectativas. Segundo o relatório ADP, foram criadas 89 mil novas vagas no mês passado, bem abaixo da expectativa (160 mil) e do número registrado em agosto (177 mil).

Um mercado de trabalho mais fraco do que o previsto pode contribuir para a desaceleração da inflação americana, reduzindo o poder de compra da população. Isso reduz a probabilidade de que o Fed (BC dos EUA) vá subir os juros mais uma vez este ano.

Redação / Folhapress

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