SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A linha 15-prata do monotrilho, operada pelo Metrô, opera em via singela em metade da linha. Da estação Vila Prudente até a Vila União os trens circulam em via singela, com velocidade reduzida e maior tempo de parada.
O problema é causado por uma falha no sistema de sinalização. Do Jardim Planalto até o Jardim Colonial o sistema opera normalmente.
Mais cedo, por volta das 8h15, os trens circularam apenas em duas das 11 estações devido a falha no sistema de sinalização. Os trens circulavam entre a Vila Prudente e a estação Oratório. De São Lucas ao Jardim Colonial o trecho estava interditado.
“A circulação dos trens no trecho entre as estações São Lucas e Jardim Colonial foi retomada. No momento, a linha 15-Prata opera entre Vila Prudente e Vila União por via única e de Vila União até São Mateus por ambas as vias. De São Mateus a Jardim Colonial, a circulação ocorre de forma habitual”, afirmou o Metrô.
Os trens já circulavam com velocidade reduzida desde o início das operações na madrugada desta sexta-feira (6), em São Paulo.
A circulação dos trens acontecia por via única entre as estações Vila Prudente e Vila União, em razão de manutenção em um equipamento da via no trecho entre as estações São Lucas e Camilo Haddad.
A manutenção é feita durante a madrugada, segundo o Metrô, mas se estendeu além do horário programado causando o problema nesta manhã.
De acordo com o Metrô, De Vila União até São Mateus, os trens circulam por ambas as vias. E de São Mateus até Jardim Colonial a circulação ocorre de forma habitual, por uma via.
Ônibus da operação Paese (Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência) foram acionados para reforçar o transporte e atender aos passageiros no trecho entre as estações Vila Prudente e Vila União.
Os passageiros são orientados sobre a operação da Linha 15-Prata pelo sistema de som, diz o Metrô.
Diversos passageiros reclamam dos transtornos que a alteração na circulação dos trens da linha 15 causam nesta sexta.
“Começando a sexta-feira com uma deliciosa falha no monotrilho”, reclamou Aline Sena.
“Parabéns ao meu primeiro dia chegando atrasada no trabalho graças ao monotrilho”, ironizou Amanda Karine.
“Primeira viagem da linha 15 prata do metrô, com problema. O trabalhador sendo agraciado logo de manhã por este monotrilho que vive quebrado”, apontou Marcelo Lima
OUTROS PROBLEMAS
Um parecer técnico do CAEx (Centro de Apoio Operacional à Execução), do Ministério Público de São Paulo, conclui que as quedas de pedaços de concreto da linha 15-prata do monotrilho ocorreram por uso de materiais inadequados na manutenção e o tempo limitado para esses serviços.
O problema se soma a erros no projeto e na construção da linha que causam falhas recorrentes, segundo o promotor Silvio Marques, que é responsável por uma investigação sobre o assunto. Marques pediu explicações ao Metrô sobre o desprendimento do pneu de uma composição nesta segunda-feira (11). O caso será incluído no mesmo inquérito.
Questionado, o Metrô disse que prestará todos os esclarecimentos necessários ao Ministério Público.
Em setembro do ano passado, um bloco de concreto caiu da altura de 15 metros em um trecho da ciclovia da avenida Professor Luiz Ignacio Anhaia Mello, entre as estações Oratório e Parque São Lucas. Ninguém se feriu.
Outro caso ocorreu na manhã de 11 de janeiro, quando um pedaço de concreto em uma das vigas se destacou, entre as estações Vila Prudente e Oratório, causando a interrupção do trecho entre as estações Vila Prudente e Vila União.
LINHA 15-PRATA TEM PROBLEMAS NO PROJETO, DIZ PROMOTOR
Marques disse que a investigação estava praticamente finalizada, mas foi retomada para incluir o caso do pneu que se soltou. Ele diz que falhas no projeto da linha causaram problemas, como o estouro de um pneu em outubro de 2021.
“Os trens não cabiam direito na linha permanente e por isso estourou aquele pneu”, disse o promotor.
Esse problema havia sido apontado em um relatório anterior produzido pelo Caex. Também foram apontados problemas na fabricação e montagem dos trens. Para Marques, o novo parecer mostra que a companhia estadual não resolveu problemas que vem sendo apontados pela Promotoria há meses.
“O parecer técnico mostra que supostamente o Metrô ainda não está determinando o uso do produto de junção das colunas [de concreto] correto. Há uma preocupação do setor técnico do Ministério Público com o uso desses produtos”, explicou.
FRANCISCO LIMA NETO / Folhapress