RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Tite é o novo técnico do Flamengo e a torcida rubro-negra vai se acostumar a ouvir alguns termos incomuns, mas que fazem parte do vocabulário do treinador e se notabilizaram, principalmente, na passagem pela seleção brasileira.
Nas entrevistas, Tite costuma utilizar algumas expressões mais rebuscadas, como “externos desequilibrantes” e “treinabilidade”, o que ficou popularmente conhecido como “titês”.
O UOL reuniu alguns elementos da linguagem do treinador para explicar o que significam.
Externos desequilibrantes. Tite usa a expressão para se referir aos jogadores que atuam no ataque, como pontas, e são dribladores, que podem fazer jogadas individuais, que desequilibram a marcação adversária, criando chances de gol.
Treinabilidade. De acordo com o técnico, “treinabilidade” é a capacidade que os jogadores têm de evoluírem durante as atividades. Treinando se evolui em quesitos como posicionamento e finalização, por exemplo.
Jogador terminal. É utilizado quando Tite se refere ao centroavante, ou seja, um jogador mais finalizador, onde as jogadas terminam. Nos tempos de seleção, a utilizou ao falar de Pedro, que será comandado por ele no Fla.
Jogo apoiado. É a implementação de conceitos como a posse de bola, a aproximação de jogadores e a troca de passes para avançar ao ataque, com o jogador que tem a bola com opções para acionar companheiros.
Último terço. Essa expressão já é mais difundida no meio do futebol. Para muitos técnicos, o campo é dividido em três partes, sendo o “último terço” o que corresponde ao ataque, após passar pela defesa e meio de campo.
Performar. É o entendimento de que a boa execução de uma atividade vai ter o resultado esperado.
Ritmista. É o jogador que dá o ritmo ao time, que arma as jogadas. Em entrevista em 2021, pela seleção, Tite citou Everton Ribeiro e Gerson, com quem vai trabalhar no Flamengo, como jogadores que poderiam se encaixar nestas características.
“Titês” já foi problema e virou propaganda
As críticas pela forma com que Tite se expressa já causaram incômodo. Em 2008, quando dirigia o Internacional, o “titês” foi tratado como piada por um grupo de torcedores, que o viam como prolixo. Um site com um “gerador de respostas de Tite” chegou a ser criado à época.
Na chegada ao Corinthians, em 2010, houve um trabalho de ‘media training’ para que houvesse um aprimoramento nas entrevistas, e fez com que ele passasse a ter maior aceitação por parte de jornalistas e público.
Depois, o próprio Tite passou a tratar o assunto com mais leveza. “Que merda”, riu depois de pronunciar o ‘treinabilidade’ em coletiva em 2011, pelo Timão. “Mais uma para vocês botarem no ‘titês’, ‘Titebilidade’, essas coisas todas”, brincou, após confusão sobre o uso da palavra “complacência”, em 2021, já na seleção.
Em 2018, às vésperas da Copa do Mundo da Rússia, protagonizou algumas propagandas. A peça do Itaú utilizava os termos do linguajar do técnico, como a tradicional comparação entre “resultado e desempenho”.
ALEXANDRE ARAÚJO E IGOR SIQUEIRA / Folhapress