Ator de ‘Fauda’ foi e voltou da ficção na guerra contra o Hamas

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O clichê de que a vida imita a ficção, tão atual em um mundo no qual o comediante que preside a Ucrânia vivia na TV um incauto que assumia o mesmo papel, foi atualizado e subiu um patamar no conflito entre Israel e o grupo terrorista Hamas.

O ator Lior Raz, criador e protagonista da badalada série israelense “Fauda”, é voluntário como assistente das IDF (Forças de Defesa de Israel) no sul do país. Na segunda (9), ele postou um vídeo no qual participava de uma missão para resgatar duas famílias em Sderot.

Na vida real, Raz, hoje com 51 anos, era um agente que trabalha infiltrado na Cisjordânia palestina. Ele transpôs a experiência para a tela vivendo o atormentado Doron, com o mesmo Hamas como seu principal antagonista na primeira (2015) e na terceira temporada (2019), esta passada na Faixa de Gaza –um território tão inóspito que nenhum superior autoriza ações por lá.

“Eu fui para o sul para me unir às centenas de irmãos em armas voluntários que trabalham sem cessar para assistir a população”, disse na postagem no X (ex-Twitter). O vídeo que acompanha o texto mostra ele e o coautor de “Fauda” Avi Isacharoff se protegendo de mísseis do Hamas, em ação com o presidente do Instituto da Democracia Israelense, Yohana Plesner.

Antes, ele havia escrito num “story” do Instagram: “Nós estamos apelando a vocês: por favor lembrem-se deste dia mesmo depois da guerra. Lembrem-se de quem começou o massacre. O Hamas é uma organização que quer destruir os judeus e não quer falar sobre paz em nenhuma condição”, afirmou. “Lembrem-se de que nós fomos para essa guerra com o coração pesado, sem desejo de matar inocentes, e sem opção ante aqueles que vêm contra nós.”

Antes de “Fauda”, Raz alistou-se como membro da unidade de elite Sayeret Dudevan, das IDF, depois que sua namorada de adolescência foi morta em uma ataque terrorista em Jerusalém em 1990 –experiência encenada de diversas formas na série.

O assassino foi libertado na famosa troca de prisioneiros de 2011, quando Israel entregou mais de mil palestinos para ter de volta o soldado Gilad Shalit. Então com 19 anos, ele foi sequestrado de seu posto de fronteira ao lado de Gaza pelo Hamas e passou cinco anos em poder dos extremistas palestinos.

O episódio tem forte ressonância com o ataque atual, quando o Hamas invadiu cidades israelenses e sequestrou cerca de 150 pessoas, entre civis e soldados. As imagens em redes sociais de jovens sendo levadas brutalmente, além de relatos de estupros e massacres, traumatizaram a sociedade e chocaram o mundo.

Fauda, um retrato realista do ponto de vista dos soldados na guerra, tem quatro temporadas e está disponível na Netflix. Na última delas, o enredo se diluía em algo mais internacional, com passagens pela Europa, de certa forma acompanhando o esfriamento relativo do conflito nos últimos anos. A interposição violenta da realidade no sábado (7), contudo, deverá mudar isso se “Fauda” tiver novos episódios.

IGOR GIELOW / Folhapress

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