Toda a tropa de miliares do Exército do Arsenal de Guerra de São Paulo, em Barueri, na região metropolitana de SP, está aquartelada por causa do desaparecimento de 13 metralhadoras calibre.50 e oito de calibre 7,62.
O sumiço das 21 armas foi descoberto na última terça-feira (10), durante uma inspeção.
Segundo o Comando Militar do Sudeste, a tropa com cerca de 480 militares está aquartelada “para poder contribuir para as ações necessárias no curso da investigação”.
“Os militares estão sendo ouvidos para que possamos identificar dados relevantes para a investigação”, afirmou o Comando Militar do Sudeste, em nota neste sábado (14).
No texto, o Exército diz que imediatamente ao se verificar a discrepância no controle das armas foram tomadas providências administrativas com o objetivo de apurar as circunstâncias do sumiço. Também foi instaurado um Inquérito Policial Militar.
A nota não informa se já há algum suspeito pelo furto das metralhadoras.
O Exército afirmou ainda que os armamentos são inservíveis e que o Arsenal de Guerra é uma unidade técnica de manutenção.
“[A unidade] É responsável também para iniciar o processo de desfazimento e destruição dos armamentos que tenham sua reparação inviabilizada”, informou a nota.
Em pleno funcionamento, as metralhadoras .50 são capazes de derrubar aeronaves.
Também em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que lamenta o furto das 13 armas antiaéreas do Exército Brasileiro e que a Polícia Civil não foi procurada para registro da ocorrência.
“Tendo em vista o evidente risco de desdobramentos para a segurança da população, as polícias Civil e Militar empreendem massivos esforços no sentido da localização do material subtraído e da identificação e prisão”, disse a pasta.
Na sexta-feira (13), Bruno Langeani, gerente de projetos do Instituto Sou da Paz, afirmou que a explicação do Exército é contraditória, e o furto das armas preocupa, mesmo que elas não estejam em pleno funcionamento.
“Fala em ‘inservíveis’ e depois ‘manutenção’. Mesmo que as armas não tivessem em condições imediatas de disparo, por falta de uma peça ou falha mecânica, o desvio é absurdamente preocupante, pois o crime dispõe de armeiros com condições de prestar manutenção nestas armas e produzir em máquinas modernas peças faltantes, ou mesmo ‘canibalizar’ uma arma para consertar outras”, explicou.
“Uma única metralhadora dessa [.50] na mão do crime organizado já sitia sozinha um batalhão inteiro de qualquer polícia do Brasil. Agora, imagine 13.”
Redação / Folhapress