BOA VISTA, RR (FOLHAPRESS) – Documentos encontrados com terroristas do Hamas, após massacres perpetrados em kibutzim e cidades próximas da Faixa de Gaza, e divulgados por Israel indicam que o grupo tinha civis como alvo e, como ordens, assassinar pessoas e fazer reféns.
Em um dos papéis, escrito em árabe, lê-se, segundo o consulado-geral de Israel em São Paulo, que “reservas da unidade 2, da companhia de reservistas 2 do batalhão 3, atacarão o kibutz Sa’ad no ‘dia D’ com o objetivo de assumir o controle do local, causando o máximo de fatalidades e fazendo reféns”.
Haveria ainda instruções sobre os reféns: “alguns deles devem ser levados para a Faixa de Gaza em carros”.
Os documentos também mencionam outros grupos de combate com o mesmo objetivo de assumir controle da área em Sderot e “intimidar e incutir medo ao fazer reféns”, além de uma listagem, feita por um terrorista chamado Muhammad Na’im Nu’man Reefi, com os resultados da ação terrorista no local.
A listagem aponta munições, cartuchos e granadas usadas, cinco terroristas feridos e os itens “execuções de inimigos” ao lado do número 70 e “reféns”, de total 20. Israel também divulgou a identidade de Nu’man, data e local de nascimento em Gaza.
Imagens de civis mortos espalhados pelas ruas e pelos pontos de ônibus da cidade de Sderot, a poucos quilômetros da Faixa de Gaza, estavam entre as primeiras registradas por fotógrafos que chegaram à área após o exército israelense conseguir conter a ofensiva do Hamas em 7 de outubro.
Já o kibutz de Sa’ad, a pouco mais de 10 km ao sul de Sderot, fica próximo de Kfar Aza, outra vila rural fortemente atingida pelos ataques terroristas.
Documentos como os divulgados como tendo sido encontrados com os agressores mortos, imagens de câmeras de segurança e relatos de sobreviventes corroboram a afirmação de Israel de que a ação foi meticulosamente planejada para matar e sequestrar civis.
Em alguns locais, o exército de Israel demorou cerca de 17 horas para confrontar os invasores, que atacaram postos de vigilância e cortaram comunicações entre forças de segurança –enquanto outros pelotões ingressavam em vilas e cidades e cometiam os assassinatos, muitos registrados em câmeras de segurança.
Outros documentos achados por equipes de socorristas, em posse de terroristas mortos em confronto, revelam mais detalhes da coordenação.
Os agressores tinham estimativas de quantas tropas israelenses estavam estacionadas em postos próximos, quantos veículos tinham à disposição e quanto tempo levaria para que essas forças de socorro israelenses os alcançassem –um dos papéis divulgados é datado de outubro de 2022, sugerindo que o ataque tenha sido planejado por pelo menos um ano.
Em outros lugares, mais homens foram posicionados em cruzamentos de estradas-chave para emboscar reforços israelenses, de acordo com quatro oficiais e autoridades sêniores.
Logo após a ofensiva, Israel declarou guerra à facção terrorista e apertou o cerco à Faixa de Gaza, impedindo a entrada de materiais básicos, como medicamentos, comida, água e combustível -a energia foi cortada, o que obriga hospitais a usarem geradores que já estão no limite de funcionamento.
Desde então, Israel prepara uma ofensiva terrestre em Gaza e ordenou que palestinos no norte do território se dirijam à porção sul. Organizações internacionais alertam para a impossibilidade do êxodo para pessoas feridas, idosos e crianças e para o agravamento da crise humanitária no local.
Redação / Folhapress