SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Arqueólogos descobriram um cemitério que remonta ao Novo Reino do antigo Egito na necrópole de Tuna El-Gebel, na província de Minya, no sul do país, revelando múmias, amuletos, ornamentos e um papiro com 15 metros representando o Livro Egípcio dos Mortos.
O cemitério, datado de 3.400 anos atrás, ainda inclui caixões com os nomes de duas mulheres inscritos, e foi descoberto na área de Al-Ghuraifa, que fica 220 quilômetros ao sul da capital do país, Cairo, segundo anunciou o Ministério de Turismo e Antiguidades do Egito, no domingo.
O local remonta à era do Novo Império, período em que o Egito se tornou uma potência global entre os séculos 16 e 11 a.C.. Esse período da história egípcia antiga abrange a Décima Oitava Dinastia, a Décima Nona Dinastia e a Vigésima Dinastia, de 1549 a.C. a 1069 aC..
O cemitério abriga os restos mortais de altos funcionários e sacerdotes do Estado, ostentando uma infinidade de tumbas escavadas na rocha, contendo um tesouro de antiguidades.
Entre as relíquias desenterradas estão amuletos, joias requintadas, sarcófagos de pedra e madeira e uma impressionante coleção de estatuetas shabti, habilmente trabalhadas em argila e madeira, segundo informa a revista Luxor Times.
Entre as novas descobertas, está um caixão de madeira colorido gravado com o nome da filha de um sumo sacerdote de Djehuti, além de um antigo deus egípcio também conhecido como Thoth.
Ele era o deus da lua, dos textos sagrados, da matemática, das ciências, da magia, mensageiro e registrador das divindades, e era frequentemente descrito como um pássaro íbis ou um babuíno.
PAPIRO PRESERVADO
Uma revelação extraordinária, segundo Mostafa Waziri, secretário-geral do SCA (Conselho Supremo de Antiguidades) foi a descoberta do primeiro papiro completo a emergir da região de Al-Ghurifa. Avaliações preliminares indicam que ele mede cerca de 15 metros de comprimento e está ligado ao Livro dos Mortos, um texto reverenciado na mitologia egípcia, notavelmente bem preservado.
A área de Al-Ghuraifa em Minya, descoberta em 1925, é conhecida pelas suas descobertas arqueológicas, incluindo 35 tumbas, 90 caixões e 10.000 estátuas, segundo informou o jornal britânico Daily Mail.
“Há sete anos procurávamos o cemitério do Novo Reino e finalmente o encontramos, nesta sétima fase de escavações, iniciada em agosto”, disse Mostafa Waziri, secretário-geral do SCA.
Redação / Folhapress