Deputado de Rondônia volta atrás e diz que tentará revogar título de cidadão honorário a Netanyahu

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O deputado estadual de Rondônia Delegado Lucas (PP) disse nesta terça-feira (17) que vai tentar revogar o título de cidadão honorário entregue ao primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahuh. A decisão ocorreu depois de o projeto de decreto proposto por ele ser alvo de críticas após ter sido publicado no Diário Oficial de Rondônia nesta segunda-feira (16).

“O deputado lamenta profundamente as vítimas da guerra entre Israel e Hamas, e se solidariza com todos os cidadãos que estão sendo afetados por esse conflito devastador”, afirma nota divulgada pela assessoria do parlamentar. “E diante do fato e permanência dos bombardeios, o deputado está avaliando uma possibilidade jurídica de revogar a concessão do referido título”.

A nota ainda afirma que o projeto de decreto foi debatido em setembro e redigido no dia 3 de outubro, antes de começar o conflito entre Israel e Hamas. “Infelizmente o protocolo do documento só ocorreu no dia 9 de outubro, quando os bombardeios já tinham iniciado”, afirma o documento.

No pedido de concessão do título, o político cita Netanyahu como “amigo da comunidade Evangélica Brasileira” e afirma que o primeiro-ministro busca promover o intercâmbio entre Brasil e Israel.

Já o decreto que deu a concessão do título justifica que a homenagem se dá “pelos relevantes serviços [de Netanyahu ] prestados ao Estado de Rondônia”, embora o primeiro-ministro jamais tenha ido a Rondônia.

Segundo a assessoria, Delegado Lucas é católico e pensou na homenagem por ter sido convidado a participar da Frente Parlamentar Brasil – Israel, criada pela Câmara dos Deputados em Brasília.

Enquanto é condecorado em Rondônia, Netanyahu tem sido bastante contestado em Israel. Seu governo foi criticado pelo fato de o aparato de inteligência não ter conseguido impedir a incursão dos terroristas do Hamas e os consequentes ataques. A reação militar de Tel Aviv em resposta às ações do Hamas tem sido considerada excessiva por parte da opinião pública local. Depois de 11 dias de guerra, há ao menos 4.200 mortos, 2.800 deles palestinos da Faixa de Gaza.

ANA GABRIELA OLIVEIRA LIMA / Folhapress

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