SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O TRE-SP (Tribunal de Justiça Eleitoral de São Paulo) julgou improcedente uma representação contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) pela presença de um agente da Polícia Federal em sua campanha no dia em que um tiroteio interrompeu o ato e deixou um morto em Paraisópolis, em 2022.
O julgamento, nesta terça-feira (17), foi decidido por unanimidade.
O Ministério Público Eleitoral havia representado contra o governador e o agente Danilo Campetti, que acompanhava o então candidato no dia 17 de outubro de 2022, argumentando que o policial usou seus instrumentos de trabalho (arma e distintivo) em benefício de Tarcísio, o que é proibido. Imagens mostram o policial com arma na mão e usando distintivo.
Conforme a Folha de S.Paulo revelou, na ocasião, outro agente que estava no evento de Tarcísio, este da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), chegou a mandar um cinegrafista da Jovem Pan apagar imagens feitas no dia. A Polícia Civil de São Paulo concluiu a investigação sobre o caso sem identificar quem fazia a segurança do então candidato ao governo paulista.
Sobre a representação da Procuradoria Eleitoral, a assessoria do Governo de São Paulo argumentou que Campetti estava de folga no dia 17 de outubro.
“Campetti inclusive já respondeu a processo similar estabelecido pela Corregedoria da Polícia Federal, tendo sido a ação arquivada após apresentação da sua escala de trabalho”, afirmou.
O próprio Ministério Público afirma na ação que a participação de Campetti na campanha não é um fato relevante o suficiente para provocar uma diferença de votos a favor de Tarcísio e, por isso, não cabe pedir a cassação de seu diploma de eleito, apenas aplicar uma multa.
Em agosto, a Polícia Federal afastou Campetti, que também participou da prisão do presidente Lula (PT) em 2019 no âmbito da Operação Lava Jato.
Campetti é apoiador de Jair Bolsonaro (PL), foi assessor em dois ministérios durante o governo do ex-presidente e tentou, sem sucesso, ser deputado estadual nas eleições do ano passado.
Além da detenção do petista, ele também foi um dos policiais que trabalharam na condução coercitiva de Lula e da ida dele ao velório do neto, em 2019, enquanto estava preso.
O agente, que chegou a atuar como assessor de Tarcísio, foi obrigado a voltar à PF após ser requisitado pela corporação.
O entorno de Tarcísio considera que houve uma retaliação em relação ao policial.
Campetti é suplente do Republicanos na Assembleia. Dependendo de arranjos políticos, ele pode acabar assumindo uma cadeira.
Uma das hipóteses é que o deputado Gilmaci Santos (Republicanos) seja indicado à próxima vaga de conselheiro do TCE-SP (Tribunal de Contas do Estado de São Paulo).
Redação / Folhapress