Como a seleção se virou sem Neymar para ganhar seu título mais recente

RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – A ausência de Neymar na seleção brasileira é um cenário com o qual o técnico Fernando Diniz terá que lidar, mas já foi a realidade no título mais recente da seleção brasileira.

Foi sem o camisa 10 que Tite conduziu o Brasil à conquista da Copa América 2019, em um processo de adaptação que será necessário para a seleção atual, a partir de novembro, nas Eliminatórias.

NEYMAR FORA DE COMBATE

Neymar sofreu nesta terça-feira (17), contra o Uruguai, uma das lesões mais graves da carreira. Com o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo e o menisco rompidos, ficará fora por pelo menos seis meses.

Em 2019, o problema foi um rompimento no ligamento do tornozelo direito, durante o amistoso contra o Qatar, preparatório para a Copa América. Por isso, Neymar foi cortado.

QUAL FOI A SOLUÇÃO DE TITE?

Neymar em 2019 ainda atuava aberto pela ponta esquerda. A seleção jogava em um sistema 4-1-4-1, com variação para o 4-2-3-1. Sem Renato Augusto, o terceiro elemento do meio-campo na Copa do Mundo 2019 e na Copa América-2019 foi Coutinho.

Quando Neymar se machucou antes do torneio continental, o substituto imediato foi Everton Cebolinha.

A seleção na Copa América tinha uma construção mais aguda pelo lado direito, com Gabriel Jesus jogando por lá.

Cebolinha entrou com uma rotação alta pela esquerda e Firmino, o atacante titular na faixa central, por vezes recuava para ajudar na articulação das jogadas entre as linhas. Everton, inclusive, teve seu melhor momento na seleção brasileira durante a competição.

Coutinho não foi brilhante —teve seus melhores momentos em outra função, vindo aberto pela direita e flutuando pelo meio. Mas era o mais próximo do que Tite queria como “ritmista”. Mais atrás, Casemiro e Arthur formaram a dupla de volantes.

Depois da Copa América, Neymar retornou da lesão já jogando como um meio-campista (camisa 10) no PSG. A mudança de papel foi absorvida por Tite na seleção.

E AGORA, DINIZ?

Com Fernando Diniz, Neymar já é um articulador no meio-campo, em um papel centralizado, de camisa 10. Isso faz com que o setor perca força na marcação e por vezes haja, desde a época de Tite, uma inversão. O centroavante acaba “mordendo” mais do que Neymar. Um jeito para poupar o craque fisicamente.

Desde que virou meia —e isso foi usado também por Diniz—, Neymar passou a vir com certa frequência a uma zona mais longe do gol para iniciar as jogadas.

Deu muito certo contra a Bolívia, equipe mais fraca das Eliminatórias. Mas a seleção teve problemas de criação nas partidas seguintes. O jogo contra o Uruguai foi o pior deles. Neymar compensou um pouco com o pé calibrado nos escanteios —foi assim que saíram os gols contra Peru e Venezuela.

Mas uma rearrumação na construção ofensiva já parecia necessária para a seleção de Diniz. Agora, sem o camisa 10, é algo inevitável. A começar pelos jogos de novembro, contra a Colômbia e a poderosa Argentina.

IGOR SIQUEIRA / Folhapress

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