Confronto na Cisjordânia deixa 13 mortos no 14º dia da guerra

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A guerra entre Israel e Hamas chega ao 14º dia com novos ataques das forças de Benjamin Netanyahu. Durante a madrugada desta sexta-feira (20) mais de 100 alvos foram atingidos na Faixa de Gaza. Um dos ataques matou membros das forças navais do Hamas que participaram nos massacres de 7 de outubro.

O número de mortos desde o início dos conflitos passa de 5,5 mil, com 4.137 vítimas na Faixa de Gaza e 1.400 vítimas em Israel, segundo dados dos governos locais.

A Palestina disse que forças israelenses invadiram e realizaram um ataque aéreo ao campo de refugiados na Cisjordânia

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o grupo extremista Hamas e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, querem aniquilar democracias vizinhas. A Rússia rebateu a fala de Biden.

O Ministério da Saúde palestino comunicou na madrugada desta sexta-feira (20) que um total de 13 pessoas, incluindo cinco crianças, foram mortas depois que as forças israelenses invadiram e realizaram um ataque aéreo ao campo de refugiados de Nur Shams, na Cisjordânia.

As Forças de Defesa de Israel afirmaram ter atingido mais de 100 alvos na Faixa de Gaza, incluindo um que matou membros das forças navais do Hamas que participaram do ataque de 7 de outubro.

A FDI afirma que Amjad Majed Muhammad Abu ‘Odeh, alvo de um dos ataques noturnos, esteve envolvido no assassinato de civis israelenses.

Outro ataque noturno teve como alvo um esquadrão das forças aéreas do Hamas, depois que eles tentaram disparar mísseis contra aviões militares israelenses.

Os militares afirmam que um túnel subterrâneo, um armazém de armas e dezenas de centros de comando estavam entre os 100 locais do Hamas atingidos durante a noite.

Também entre os alvos estava uma mesquita no bairro de Jabaliya, que Israel afirma conter bens e armas do Hamas e que foi usada pelo grupo extremista como posto de observação e ponto de preparação.

A FDI também anunciou ter matado, em ataque com drones militares, um membro do grupo Hezbollah. O comunicado feito no X (antigo Twitter) não detalhou a identidade do alvo extremista.

O Exército ainda disse que suas ações desta sexta-feira foram uma resposta aos ataques sofridos pelo grupo. Tropas de Benjamin Netanyahu e o Hezbollah têm trocado tiros através da fronteira nas últimas duas semanas em meio à guerra em Gaza contra o Hamas.

Sirenes de foguete soam em comunidades israelenses perto de Gaza. Os alarmes tocaram nas áreas evacuadas de Mefalsim e Nir Am.

ISRAEL DIZ QUE VAI EVACUAR CIDADE QUE FAZ FRONTEIRA COM O LÍBANO

O Ministério da Defesa de Israel anunciou que vai retirar os moradores de Kiryat Shmona, cidade perto do sul do Líbano. A evacuação ocorre em meio a repetidos ataques de foguetes e mísseis do grupo Hezbollah e outras facções aliadas.

Kiryat Shmona tem uma população de mais de 20 mil habitantes e está localizada a cerca de 2 km da fronteira. Os residentes deslocados serão transferidos para pousadas em outras partes de Israel, de acordo com o ministério.

EUA E RÚSSIA TROCAM ACUSAÇÕES

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que o grupo extremista Hamas e o presidente da Rússia, Vladimir Putin, querem aniquilar democracias vizinhas. Declaração foi dada em pronunciamento, no Salão Oval da Casa Branca, na noite desta quinta-feira (19). O Ministério das Relações Exteriores da Rússia rebateu a fala de Biden.

Durante o discurso, Biden comparou Putin ao Hamas. “Hamas e Putin representam ameaças diferentes, mas têm isso em comum: ambos querem aniquilar democracias vizinhas completamente”, afirmou o presidente dos EUA.

O presidente do EUA ressaltou que a história já “ensinou” que quando os “terroristas” não pagam o preço pelo terror causado, eles causam ainda mais caos e destruição.

“A história nos ensinou que quando os terroristas não pagam um preço por seu terror, quando os ditadores não pagam um preço por sua agressão, eles causam mais caos, dívidas e mais destruição (…) Eles continuam agindo, e o custo e as ameaças aos Estados Unidos e ao mundo continuam aumentando”, disse Joe Biden.

Ele também reafirmou o apoio dos EUA ao governo de Israel e da Ucrânia e justificou que isso é vital para segurança dos Estados Unidos.

RÚSSIA RESPONDE BIDEN

A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, respondeu ao pronunciamento do presidente norte-americano, Joe Biden. “Eles costumavam chamar isso de ‘luta pela liberdade e pela democracia'”, disse ela.

Os EUA “enganaram o mundo usando valores que Washington nunca defendeu”, acrescentou a porta-voz do governo russo.

“As guerras têm sido tradicionalmente investimentos inteligentes para os Estados Unidos, uma vez que não ocorreram em solo americano e eles não se importam com os custos suportados por outros”, disse Maria Zakharova.

CAMINHÕES COM MANTIMENTOS FAZEM FILA PARA ENTRAR EM GAZA

Caminhões carregados com mantimentos formam uma fila quilométrica e aguardam autorização para entrar na Faixa de Gaza. Previsão é de que a entrada seja liberada nesta sexta-feira, segundo afirmou ontem o presidente dos EUA, Joe Biden.

Medicamentos, água e alimentos serão entregues pela passagem de Rafah, na fronteira do Egito com Gaza. Negociação foi feita entre o presidente norte-americano, Joe Biden, e o líder egípcio Abdul Fattah al-Sisi, que concordou em abrir a passagem de Rafah.

Mais de 200 caminhões e cerca de 3 mil toneladas de ajuda estão posicionados na passagem de Rafah ou perto dela, disse o chefe da Cruz Vermelho Khalid Zayed. No entanto, o presidente egípcio concordou em liberar apenas 20 caminhões.

Os suprimentos ficarão sob supervisão da ONU, disse o ministro das Relações Exteriores egípcio, Sameh Shoukry, à TV Al-Arabiya.

“A ONU informou que são necessários pelo menos 100 caminhões de assistência humanitária para apoiar os milhões de civis que vivem em Gaza”, disse Shaina Low, do Conselho Norueguês para os Refugiados, à BBC.

Antes da guerra, cerca de 500 caminhões entravam por dia em Gaza carregados com ajuda humanitária, combustível e outros produtos, disse Philippe Lazzarini, comissário-geral da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos, à BBC.

ROBSON SANTOS / Folhapress

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