SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A cidade de Jundiaí (56 km de São Paulo) confirmou a segunda morte por febre maculosa. De acordo com a administração municipal, o paciente era um homem de 48 anos que apresentou os primeiros sintomas em 29 de setembro e faleceu no último dia 3.
A prefeitura foi informada pelo Instituto Adolfo Lutz sobre a causa da morte na quarta-feira (18), e nesta quinta (19) divulgou o caso.
Jundiaí soma três casos de febre maculosa em residentes em 2023, com duas mortes.
No primeiro caso, a prefeitura diz acreditar que o paciente foi contaminado em Campinas (SP). Nos outros dois, incluindo o caso do paciente que se curou, a doença foi adquirida no próprio município.
Entre 2017 e 2020, Jundiaí registrou dois casos de febre maculosa por ano. Em 2021 e 2022, o número caiu para uma ocorrência a cada ano.
MEDIDAS DE CONTROLE
Segundo a gestão municipal, técnicos da Vigilância em Saúde Ambiental mapearam as regiões de maior risco de picada de carrapato, artrópode transmissor da doença, e novas ações de prevenção serão implementadas nos próximos dias.
Em reunião com equipes da prefeitura sobre as medidas, a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Fauzia Abou Abbas Raíza, afirmou que o número de placas de aviso sobre o risco da presença de carrapatos será ampliado nas áreas públicas em que há circulação de capivaras. Disse, ainda, que haverá manutenção frequente nesses espaços para manter a grama baixa.
Também estão previstas ações de orientação em áreas verdes privadas com grande circulação de pessoas, distribuição de material informativo em áreas endêmicas e medidas para evitar a circulação de capivaras e equinos.
CARACTERÍSTICAS DA DOENÇA
Existem três perfis de febre maculosa no país. No interior de São Paulo, o tipo predominante tem a R. rickettsii como agente etiológico e o carrapato Amblyomma sculptum (também conhecido como Amblyomma cajennense ou carrapato-estrela) como vetor.
Nesse perfil é comum as capivaras serem hospedeiras do carrapato, embora cavalos também possam exercer esse papel.
Os sintomas incluem febre de início abrupto e erupção cutânea, com evolução rápida, grave e alta letalidade.
Com frequência o quadro é confundido com denque, e o paciente não recebe o atendimento adequado. Por isso é fundamental avisar o profissional de saúde quando houver contato com áreas de risco (mata ciliar ou de pasto).
Redação / Folhapress