Com ônibus incendiados, moradores do Rio pegam carona em caminhão-cegonha

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Moradores do Rio de Janeiro que dependem do transporte público enfrentaram dificuldade na volta para casa após o incêndio em 35 ônibus na tarde de segunda (23).

Criminosos também atearam fogo em um trem e em uma estação do BRT. Os ataques ocorreram após a morte do miliciano Matheus da Silva Rezende, conhecido também como Faustão ou Teteu. Segundo denúncias à Justiça, Faustão é a segunda liderança da maior milícia do estado, que tem como chefe o tio dele, Luís Antônio da Silva Braga, o Zinho.

O trânsito ficou caótico na zona oeste da cidade, com as estações cheias de gente tentando retornar para casa. Filas com dezenas de passageiros se formaram também em pontos de ônibus. Como alternativa, alguns moradores recorreram à carona de um caminhão-cegonha em Santa Cruz.

A segunda-feira foi o dia com mais ônibus incendiados na história da cidade, de acordo com o Rio Ônibus (sindicato das empresas do setor). Dos 35 coletivos destruídos, 30 são municipais e cinco são 5 BRTs -veículos articulados usados em corredores expressos.

Na manhã desta terça (24), o Centro de Operações publicou em uma rede social que o Rio havia retornado ao “estágio de normalidade” às 8h45 em função da regularização do serviço do BRT Transoeste. A cidade estava em estágio de mobilização desde as 23h15 de segunda por causa dos ataques.

Até a tarde desta terça, a frota de BRT funcionava normalmente nos corredores Transcarioca, Transolímpica e Transoeste. Os serviços das linhas eventuais Pingo D’água, Magarça, Mato Alto e Santa Cruz, chamados de “diretões”, começaram a funcionar às 7h e seguem operando. O policiamento foi reforçado em todas as estações do BRT no corredor Transoeste.

No início da tarde, o prefeito Eduardo Paes disse que os ônibus circulavam com 90% da frota. Segundo ele, mesmo com os ataques a cinco estações do BRT todas as paradas estavam operando, exceto a Vendas de Varanda, que precisará ter componentes estruturais trocados. A liberação deve ocorrer em uma semana.

Os trens com sentido a Santa Cruz circulavam normalmente à tarde, com intervalos de aproximadamente 15 minutos. No sentido Santa Cruz-Central, porém, as estações até Campo Grande funcionavam apenas para desembarque.

Os ataques ao transporte público resultaram em prejuízo financeiro de R$ 38 milhões para as empresas, além de dificultar a mobilidade da população. Cada ônibus demora cerca de seis meses para ser reposto.

No total, 12 pessoas foram presas na segunda pelos ataques. Na manhã desta terça, o governador Cláudio Castro (PL) afirmou, contudo, que apenas seis continuavam presas devido à falta de indícios de que os demais tivessem cometido crimes.

ALÉXIA SOUSA / Folhapress

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