Prata no Pan, filho de Hortência vê pódio olímpico cada vez mais próximo

SANTIAGO, CHILE (UOL/FOLHAPRESS) – “Muito dificilmente ela virá em Paris, mas a medalha olímpica está cada vez mais próxima”. Quem diz isso é João Victor Oliva, que fez no Pan de Santiago a melhor apresentação da história de um conjunto brasileiro no hipismo adestramento. O desempenho de primeiro nível rendeu a ele a medalha de prata, primeira do país na prova individual.

“O cavalo fez uma prestação aqui que nenhum outro brasileiro jamais fez. Quem sabe a gente consiga ainda melhorar mais para esses Jogos, para que a gente fique entre os 15, entre os 10”, diz ele, que foi 26º em Tóquio-2020.

Filho da rainha Hortência, do basquete, João Victor está em plena evolução com o cavalo Escorial Campline, um Puro Sangue Lusitano, alcançando resultados inéditos para o adestramento brasileiro. Mas o cavalo se machucou às vésperas do Pan, e ele teve que vir a Santiago com um cavalo reserva, o Feel Good VO, criação própria.

Por causa da troca, a expectativa para o Pan era baixa. “Quando eu fiz a primeira prova, eu comecei a acreditar. Não estava acreditando muito, não. Sabia que ia fazer uma boa aprensentação, mas prata individual não era bem o que eu esperava. A gente está mais perto do ouro do que esperaria”, disse ao Olhar Olímpico.

A prova de adestramento é dividida em três apresentações. A primeira, mais comum, é chamada GP. Nela, o conjunto João Victor/Feel Good teve a segunda melhor nota da história do país, só atrás de um recorde alcançado este ano por João Victor/Escorial. Nas outras duas, os conjuntos fizeram apresentações de um nível inédito.

Que só não valeu ouro porque o Equador veio ao Pan com um conjunto de primeiro nível, do cavaleiro Julio Mendoza. “Eu achei que ele ia ganhar disparado, longe dos outros. O cara tá fazendo uma prova espetacular. Não achei que ia chegar tão perto dele, mas que ele ia ganhar eu já sabia”, admite o brasileiro.

Como os juízes em Santiago também compõem bancas em grandes eventos internacionais, as notas do Pan podem ser comparadas com a de Mundiais e Olimpíadas. Com a nota 86,160, descontada de um bônus de 3,0 dado no Pan, João Victor teria sido oitavo colocado nos Jogos Olímpicos de Tóquio, por exemplo.

Ele, porém, não pensa nisso. “Não tenho que sentir que estou entre os 10 [do mundo] e me achar. Tenho que trabalhar em casa para na próxima competição comprovar que estou entre os 10. nesta quinta-feira (26) eu comprovei que sou segundo melhor da América. A etapa de provar que sou dos 10 melhores, vou buscar conseguir comprovar. Vai ser quando eu chegar lá e for top 10. Só quando bater de frente e saber.”

DEMÉTRIO VECCHIOLI / Folhapress

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