O Orquidário de Santos recebeu nesta semana novos moradores. Tratam-se de dois saguis-da-serra-escuro, que nasceram em cativeiro e após um período de adaptação, podem ser vistos pelo público. E passam a serem chamados de Zeus e Zion.
De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, os saguis são nativos da Mata Atlântica, mas são uma das 25 espécies de primatas mais ameaçadas de extinção no mundo. Eles chegaram ao município por meio de um programa nacional de reprodução em cativeiro do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O Orquidário de Santos se candidatou para fazer parte do programa e foi aceito para receber esses dois indivíduos machos.
“Fomos escolhidos justamente por já termos experiência em outras espécies de primatas, por sermos referência na região e pela equipe técnica”, afirma a bióloga do parque, Ana Beatriz Alarcon Comelli.
A bióloga destaca que o parque já faz parte do programa nacional de conservação de espécies, com o papagaio-de-cara-roxa. “Esse é um trabalho muito importante, pois eles estão aqui com o propósito de preservar a espécie, de ter uma reserva genética e uma população pura em cativeiro”, explica a especialista.
Passo a passo
Segundo a secretaria, nos primeiros dias, os animais ficaram isolados no recinto e, aos poucos, o local foi sendo aberto. Só que na quarta-feira (25), o espaço teve o tapume da parte da frente retirado, para que o público pudesse vê-los, através de vidro, e que eles se adaptem à movimentação de visitantes.
“Foi um período bem tranquilo. Eles estão se alimentando bem e não demonstram medo do ambiente e nem dos tratadores”, conta a bióloga.
Zeus tem 4 anos e Zion, 3. Os saguis-da-serra-escuro costumam viver 15 anos e, adultos, pesam entre 300 e 450 gramas. Na natureza, se alimentam de seiva, frutos e pequenos invertebrados. Já no parque, a dieta ganhou um item especial: a seiva foi substituída por goma, cujas balas passam por tratamento para que se retire todo o açúcar antes de serem consumidas.
Uma característica do seu rosto, que tem pelagem clara, lembra um pequeno crânio, em contraste com o pelo e o corpo todo escuro, deu a este animal o nome popular de sagui-caveirinha.
Eles vivem normalmente em áreas mais altas, distribuídos principalmente entre São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No entanto, o risco de extinção se deve, além da perda de habitat, ao sagui-de-tufo-branco, que compete com os caveirinhas por recursos como comida e acabam cruzando entre si, o que causa a perda da espécie pura.
A intenção do parque é receber também uma fêmea para fazer a reprodução em cativeiro destes primatas em Santos, o que será definido pelo ICMBio.