‘Terror no Cinema’, no MIS, tem máscara de ‘Pânico’ e põe público dentro de filmes

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ao pisar na nova exposição do Museu da Imagem e do Som de São Paulo, o MIS, o público vai precisar segurar o grito e engolir o choro. Para além das peças exibidas, “Terror no Cinema” aposta na recriação de ambientes clássicos do gênero, com salas inteiras transformadas em florestas enevoadas, calabouços lúgubres e mansões fantasmagóricas.

Com abertura neste Dia das Bruxas, celebrado nesta terça-feira, dia 31, a mostra não se contenta com espaços expositivos insossos. Para exibir os cerca de 350 itens coletados de produções do horror, o museu foi repartido em seções que abraçam, cada uma, um dos subgêneros pertencentes a esse tipo de cinema.

É uma experiência sensorial, com sonografia, jogos de luzes e efeitos especiais que vão dos práticos -como truques de espelho e máquinas de fumaça- aos mais tecnológicos, como hologramas. Pode parecer mais uma atração para engordar a lista de “photo ops”, como são chamados os espaços instagramáveis, da cidade. Mas não se engane, fotografias estão proibidas.

O público vai caminhar por áreas que remetem aos filmes de slasher, giallo, sobrenatural, body horror, found footage, zumbis, vampiros, monstros, possessão, assassinos em série e até do terrir de Ivan Cardoso. Mas tudo começa, claro, nas origens do gênero, com uma homenagem ao “Gabinete do Dr. Calligari”, baluarte do expressionismo alemão que tem seus cenários chapados e sombreados recriados na entrada de “Terror no Cinema”.

Com classificação indicativa de 16 anos, sustos ocasionais podem ocorrer, já que a ideia foi lembrar um pouco o perfil de uma casa mal-assombrada, provocando uma imersão. Enquanto o visitante vê trechos de “O Massacre da Serra Elétrica”, por exemplo, corpos -falsos, claro- estarão pendurados sobre sua cabeça, no teto.

Em outra parte, televisores enormes cobrem as paredes de uma sala, por trás de barras de ferro que imitam uma gaiola, como aquela que os caçadores de “Tubarão” usam para descer ao oceano em busca da fera assassina que protagoniza o filme de Steven Spielberg. O investimento em equipamentos ultrapassou o milhão de reais, conta o curador e diretor do MIS, André Sturm, que não revela o valor total da exposição.

A intenção da mostra é retomar o senso de grandiosidade e imersão que ele levou ao museu em sua fase anterior na direção, até 2017, em exposições como “O Mundo de Tim Burton”, “Castelo Rá-Tim-Bum”, “Hitchcock: Bastidores do Suspense”, “David Bowie” e “Stanley Kubrick”.

Sturm lembra que, na época desta última, a loja do museu viu esgotar mais de uma vez os DVDs de Kubrick. Um evento como este, garante, é também um trabalho de formação de público. A ideia é que os visitantes, fãs de terror ou não, saiam com vontade de assistir aos filmes -e, por isso, na última etapa da visitação haverá uma sala com textos curatoriais que apresentam cada um dos subgêneros retratados.

“O que me interessa não é só trazer o fã. No terror, claro, você tem que estar disposto a passar um medinho, mas mesmo quem não é fã vai sair curioso daqui. Não vai ter susto para enfartar, a ideia é te pôr dentro do filme. É uma experiência imersiva, mas não um parque de diversões”, diz Sturm, que voltou ao museu no começo do ano depois de passar pela Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo.

“Nosferatu”, “Psicose”, “Carrie, a Estranha”, “Alien, o Oitavo Passageiro”, “O Iluminado”, “Sexta-Feira 13”, “O Silêncio dos Inocentes”, “A Bruxa de Blair”, “It: A Coisa”, “Frankenstein”, “A Mosca”, “A Freira”, “Jogos Mortais”, “Corra!”, “O Chamado”, “Pânico”, “Brinquedo Assassino” e até o musical “The Rocky Horror Picture Show” estão presentes no labirinto trevoso no qual o MIS foi transformado para a nova exibição.

Entre os itens expostos estão cartazes, documentos, croquis, roteiros, objetos de cena, ilustrações e figurinos originais, frutos de empréstimos de acervos como o da Paramount e o da biblioteca Margaret Herrick, da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, que entrega o Oscar. Eles se juntam a réplicas de colecionadores, compradas ou alugadas.

Os destaques vão para duas máscaras da franquia “Pânico”, figurinos e a navalha de “Sweeney Todd: O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet”, o vestido da Samara de “O Chamado”, um croqui de uma das vestimentas do vampiro de “Drácula de Bram Stoker” e anotações de William Friedkin, morto em agosto, para “O Exorcista”.

TERROR NO CINEMA

Quando: Dia 31/10, das 15h às 22h. Ter. a sex., das 10h às 19h. Sáb., das 10h às 20h. Dom. e feriados, das 10h às 18h. Até 30/11

Onde: MIS – av. Europa, 158, São Paulo

Preço: R$ 40 a R$ 80. Grátis às terças

Classificação: 16 anos

LEONARDO SANCHEZ / Folhapress

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