O que Breno Lopes fez para colocar Artur e Rony no banco do Palmeiras

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O Palmeiras vinha de resultados negativos entre a eliminação na Libertadores e a retomada do Brasileiro. Foi quando Abel Ferreira mexeu no time e um dos jogadores que recebeu oportunidade foi Breno Lopes. Desde então, o Verdão só venceu e o atacante deu motivos para seguir atuando na vaga que já foi de Rony ou de Artur.

Os mapas de calor das partidas de Breno Lopes mostram ações sempre partindo da ponta esquerda em direção ao meio.

O primeiro jogo da série como titular foi contra o Coritiba, quando Breno ainda estava se adaptando à nova condição. Errou alguns passes (57% de aproveitamento), perdeu a posse 13 vezes e teve três conclusões em gol e duas grandes chances desperdiçadas, segundo estatísticas do SofaScore.

Entretanto, mostrou bom entendimento da movimentação que deveria fazer e ganhou crédito para o jogo seguinte.

Já diante do São Paulo, o rendimento foi surpreendente. Breno marcou dois gols e chamou atenção para o aproveitamento de passes: 93%, dando sempre sequência às jogadas das quais participava.

Contra o Bahia foram 81 minutos em que deu três chutes a gol, sendo dois na direção certa, com uma grande chance perdida. Chamou atenção, ainda, sua entrega defensiva ganhando 12 duelos, sendo seis pelo ar e seis no chão.

Ou seja, nos três jogos ele demonstrou participação ofensiva e defensiva, deu sequência às jogadas e também contribuiu no placar.

Ao todo são 52 partidas nesta temporada com sete gols marcados e quatro assistências.

MUDANÇA DE CONCEITO

Tais atuações têm mudado o conceito que a comissão técnica do Palmeiras tinha sobre Breno Lopes.

Segundo informou o UOL, o jogador causava mais impacto nos jogos quando saía do banco de reservas do que ao iniciar as partidas, na avaliação da equipe de Abel.

Tal situação era justificada pelo número de gols marcados por ele nos acréscimos dos jogos.

Ao mesmo tempo, ele sempre foi muito elogiado por sua disciplina tática e a intenção de cumprir exatamente o que a comissão pede.

“Talvez seja o que menos joga e o que mais produz. Gosto muito dele. Todo mundo queria, mas disse ao Barros [Anderson Barros, diretor] que gosto dele”, disse Abel Ferreira.

ENTRE AFAGO E ATRITO

No canal do UOL sobre Palmeiras no WhatsApp, que tem mais de 2,7 milhões de assinantes, uma enquete mostrou que 61% consideram que a entrada de Breno Lopes é a mudança que mais está ajudando o Palmeiras na volta à boa fase.

Mas sua relação com a torcida do Verdão não foi apenas marcada por carinho. Em setembro, após marcar o gol da vitória suada contra o Goiás, o jogador correu até a torcida palmeirense, primeiro sinalizou com as mãos nos ouvidos como cobrando pelas vaias que tinha recebido minutos antes, e em seguida mostrou o dedo do meio para os torcedores da organizada Mancha Verde.

Os aficionados, em seguida, responderam cantando: “Breno Lopes, presta atenção, muito respeito com a torcida do Verdão”.

Dias mais tarde, o jogador foi até a quadra da Mancha para se desculpar e gravou um vídeo em que dizia que o assunto estava superado.

“Tenho o maior respeito pela torcida e principalmente pela história que construí no Palmeiras, sou quem sou e devo também a este clube, então quero pedir minhas sinceras desculpas a todos os torcedores que se sentiram ofendidos com a minha atitude no último jogo e também a todos os profissionais que trabalham aqui, estou comprometido em aprender com meus erros”, disse Breno Lopes.

Abel já repetiu diversas vezes que o jogador com o qual foi menos justo é Breno Lopes. Ainda que ele demonstrasse empenho e qualidade em treinos e jogos, não recebeu as devidas oportunidades até agora.

Além disso, ter passado o jovem Kevin na frente de Breno na hierarquia técnica da equipe também marcou o treinador. Mas os problemas de rendimento da equipe desde a lesão de Dudu abriram caminho para o português se redimir.

“Breno talvez seja o jogador com quem fui mais injusto. Há um jogador no Palmeiras, que já disse na frente do grupo e digo aqui, com quem fui mais injusto: é ele. Quando olho pra minha consciência, passei Kevin na frente dele, foi o mais injustiçado”, disse Abel Ferreira.

Redação / Folhapress

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