O PT ESTÁ PRESTES A FAZER O QUE sempre faz em pré-período eleitoral: NADA. O partido tem dois nomes interessantes para considerar, um deles, por óbvio, seria o candidato à sucessão tupiniquim. Não pela ordem, a suplente de vereador e hoje pendurada em um cargo federal qualquer, doutora Perla Miller; e o também doutor Ricardo Sobral, militante das antigas e com boas histórias para contar. Há, ainda, um possível nome de reserva, do ex-vereador e reconhecido pela esquerda Leopoldo Paulino – com pouca base dentro do partido mas suficientemente identificado pela ala canhota.
NENHUM DELES, PORÉM, PARECE cair no agrado do mega dono do petismo caboclo, o venerável José Alfredo Carvalho. Talvez por isso é que ele tenha passado boa parte da última semana em Brasília, correndo de gabinete em gabinete e atrás de figurões petistas distribuindo “dossiês” em favor da professora Sueli Vilella, hoje no PDT mas com olhos voltados para o PV, onde ingressaria só para firmar acordo federacionista. Zé Alfredo é uma espécie de reencarnação político-partidário do ex-quase tudo Antônio Palocci – que durante quase séculos comandou o tupiniquismo com mão-de-ferro.
MESTRE EM BATER PALMAS PARA louco dançar, o PT vai além. Há quem – e gente com peso e importância dentro do partido – defenda apoio a um outro forte concorrente. Não por acaso o beneficiário seria Ricardo Silva, PSD. Os envolvidos de todos as correntes, fazem o mais que óbvio: negam qualquer conversa nesse sentido. Pelo sim, pelo não, nunca é demais colocar as barbas de molho.
CONVERSAS DESSE ESTRANHO ENREDO começaram a desfilar entre as mesas lotadas de comensais importantes, durante almoço de recepção ao ministro Alexandre Padilha, que veio até nós para cumprir uma frágil e desnecessária agenda politiqueira de final de semana longe de Brasília. Não ouviu nada de interessante e pouco serviu-se da ocasião. Apenas abalizou o que era mais do que esperado: “O diálogo sempre é bom e salutar”. Mais não disse e ninguém mais nada também ouviu.
SÓ PARA ILUSTRAR MELHOR O ENREDO, eis que, se não, quando, assim meio do repente, eis que, pela porta principal do almoço, surge livre, leve e solto o próprio deputado federal Ricardo Silva. Todo pimpão, passeou e distribuiu sorrisos e atenção à todos os nobres convidados. Com o ministro, apenas conversas de pé-de-ouvido. A única a discursar foi a espevitada vereadora Duda Hidalgo. O petista mais ausente foi José Alfredo Carvalho. Podem desmentir ou confirmar a vontade.