RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – A Prefeitura do Rio de Janeiro anunciou na manhã desta terça-feira (31), no Centro de Operações, seu plano para a final da Libertadores, entre Fluminense e Boca Juniors, e também para outros eventos de grande porte na cidade neste feriado, como o show do Red Hot Chilli Peppers, no Nilton Santos, de Roberto Carlos, na Zona Sul, a prova do Enem e a implosão dos prédios da Gama Filho para a construção do Parque Piedade, na Zona Norte.
Na oportunidade, o prefeito, Eduardo Paes, pediu que a população carioca respeite os torcedores do Boca que estarão na capital, uma vez que ontem (30), por exemplo, alguns deles foram agredidos e roubados na praia de Copacabana, na Zona Sul (RJ).
“Vamos receber bem os visitantes. Quero lembrar que o Boca é uma torcida adversaria, mas não é inimiga. Temos que ter respeito pelos seres humanos e tratar bem quem nos visita. Os argentinos serão muito bem recebidos e nossas forças policiais vão estar atentas a qualquer tipo de violência”, disse Paes.
Na entrevista, Eduardo Paes esteve na companhia de representantes da CET-Rio, do Seop, da secretaria de Infraestrutura, da secretaria de Transporte e do Metrô-Rio.
A Prefeitura informou que a taxa de ocupação da rede hoteleira do Rio de Janeiro será de 81,6%, com a grande concentração de torcedores do Boca Juniors acontecendo nos bairros de Copacabana e Leme, na Zona Sul (RJ), que estão com 91% dos hotéis ocupados.
O aeroporto Santos Dumont terá 1.832 voos chegando, com 190 mil pessoas circulando.
Já o aeroporto do Galeão terá um aumento de 35% no número de voos, com uma estimativa de 58 mil pessoas desembarcando, sendo 16 mil argentinos. Serão 187 voos vindos do país vizinho.
A Rodoviária Novo Rio, por sua vez, terá a chegada de 3,5 mil ônibus, um aumento de 20%. Serão 110 mil pessoas desembarcando.
A Prefeitura também estima que todos os eventos na cidade irão movimentar cerca de 400 mil pessoas, a contar de quarta (1) até domingo (5).
Ela também fez o alerta de que os torcedores que foram ao Maracanã utilizem o metrô, já que as vias terão bloqueios extensos, a partir da Praça da Bandeira, numa operação nos mesmos moldes do que foi feito na Copa do Mundo de 2014.
O plano sugere que os torcedores do Fluminense desçam nas estações da São Francisco Xavier (Linha 1) e Maracanã (Linha 2). Já a recomendação aos torcedores do Boca Juniors é para que desçam na estação São Cristóvão (Linha 2).
Os bloqueios no entorno do estádio e nos principais acessos começarão às 6h da manhã de sábado (4) e continuarão até duas horas após o jogo, que terá início às 17h.
Já os bloqueios no estádio Nilton Santos, para o show da banda norte-americana Red Hot Chilli Peppers, que também acontecerá no sábado (4), começarão de modo parcial às 16h, total às 17h, e permanecerão até às 2h.
O efetivo da Prefeitura na final da Libertadores será de 230 agentes da CET-Rio, 50 do Centro de Operações, 350 do Seop/Guarda Municipal e 184 da Comlurb.
Durante a entrevista, Paes condenou as agressões sofridas por torcedores do Boca Juniors na segunda (30) à tarde na praia de Copacabana. No ataque, os argentinos também foram roubados. Eles acusam um grupo de torcedores do Fluminense. Três pessoas foram presas e autuadas por lesão corporal, associação criminosa e tentativa de roubo.
“Inadmissível o que aconteceu ontem com os turistas argentinos. Eles têm o direito de torcer por outro time, se manifestar, cantar suas músicas, o que é o clima de futebol. Faz parte da celebração. A torcida do Fluminense tem mais do que motivos para esta feliz e empolgada, mas isso não significa violência”, disse Paes, complementando:
“Quando o Rio briga para trazer uma fina da Libertadores, o que foi uma conquista do Governo do Estado, o objetivo é apresentar a cidade. O argentino quer vir aqui, ver o Boca Juniors, se apaixonar pelo Rio, voltar depois, gastar dinheiro em hotel, restaurante, e isso que ativa a economia do Rio. Quando tem uma incivilidade dessa, sendo fofo e educado, isso espanta o turismo. Vamos agir com o rigor da lei. A gente pede que recebam com carinho a torcida do Boca, por mais que o argentino, por natureza, tenha gosto pela provocação, mas isso faz parte do futebol”.
Paes deixou em aberto a possibilidade de se ter um local exclusivo na região do Sambódromo, no Centro (RJ), para receber os torcedores do Boca Juniors.
Na segunda (30), em um vídeo divulgado em suas redes sociais, ele já havia confirmado a ação, mas na coletiva desta terça (31) se mostrou mais cauteloso, afirmando que a Prefeitura irá avaliar dia a dia a chegada dos turistas e a reserva do espaço acontecerá a depender do número de argentinos e a quantidade de veículos que eles estarão. A ideia é que, se vierem muitos motorhomes, eles sejam alocados no Terreirão do Samba, ao lado da Sapucaí.
BRUNO BRAZ / Folhapress