SÃO PAULO, SP E MANAUS, AM (FOLHAPRESS) – O ex-senador Telmário Mota, de Roraima, foi preso em Nerópolis (GO) na noite desta segunda-feira (30) após ser considerado foragido pela Polícia Civil, que realizou a operação Caçada Real para encontrá-lo. Caçada Real é o nome da fazenda do político.
Ele é suspeito de ser o mandante do assassinato de Antônia Araújo Souza, 52, mãe de uma de suas filhas, e foi preso pela Polícia Militar de Goiás.
A reportagem entrou em contato com o advogado Ednaldo Vidal, que defende Telmário Mota, mas não obteve resposta.
O ex-senador foi preso após uma denúncia anônima e tentou fugir ao perceber a presença de policiais.
De acordo com o oficial de comunicação da PM goiana, major Alexandre Torres Costa, a denúncia anônima indicou a presença de Mota em uma residência no município, e uma equipe de policiais civis e militares passou a procurar o ex-senador foragido.
Durante as buscas, um comandante da PM percebeu uma movimentação suspeita envolvendo um veículo que tentou entrar em uma casa, mas fugiu ao notar que havia policiais na região. Houve perseguição até que foi possível realizar a abordagem e confirmar que o ex-senador estava no carro.
“No procedimento de abordagem, confirmou-se que o passageiro do veículo era, de fato, o ex-senador Telmário Mota”, disse o major.
Detido, o ex-senador foi apresentado às autoridades de Nerópolis e à Delegacia de Investigação de Homicídios para o cumprimento de mandado de prisão de Mota por suspeita de mandar matar a ex-companheira.
A vítima foi morta com um tiro na cabeça no dia 29 de setembro, em Boa Vista. O crime ocorreu um ano após ela denunciar Mota por importunação e assédio sexual contra a filha adolescente deles, em meio à campanha de reeleição ao Senado no ano passado. Ele não se reelegeu.
Em entrevista concedida no ano passado, Antônia afirmou que queria Justiça para o que havia ocorrido com a filha. “Nunca esperava isso. Eu quero Justiça. Só isso. Isso foi horrível. Um pesadelo na vida da minha filha”, disse.
Na ocasião, a assessoria do então senador negou a acusação e disse que queriam “a todo custo prejudicar a campanha dele”.
CRISTINA CAMARGO, FRANCISCO LIMA NETO E ROSIENE CARVALHO / Folhapress